A OTAN estabelece um percentual mínimo de 2% do PIB para os gastos militares dos países membros

Decisão atende ao desentendimento entre Rússia e Ucrânia e à pressão dos Estados Unidos por mais investimentos.

24/06/2025 12:43

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A OTAN estabelece um percentual mínimo de 2% do PIB para os gastos militares dos países membros
(Imagem de reprodução da internet).

A Organização do Tratado do Atlântico Norte estabeleceu, nesta segunda-feira (24.jun.2025), que os países membros devem alocar pelo menos 5% do Produto Interno Bruto em despesas de defesa .

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O anúncio foi realizado durante a cúpula da aliança militar em Haia, na Holanda. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “a Europa finalmente acordou militarmente” frente às ameaças representadas pela Rússia.

O secretário-geral da OTAN , Mark Rutte, anunciou a decisão sobre o novo patamar de investimentos no primeiro dia do encontro. Esse valor representa um aumento em relação aos níveis praticados pela maioria dos integrantes da aliança, que investem entre 2% e 3,5% de seus produtos internos brutos no setor de defesa.

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A alteração responde ao embate entre Rússia e Ucrânia, que atingiu três anos em fevereiro de 2025. O novo nível também se deve à pressão dos Estados Unidos, notadamente após Donald Trump retomar a presidência americana em janeiro deste ano.

A cúpula reuniu representantes dos 32 países-membros para debater estratégias de defesa coletiva. Além de Von der Leyen e Rutte, outros líderes europeus participaram das discussões sobre o reforço militar do bloco, o apoio à Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio.

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A Organização do Tratado do Atlântico Norte disponibilizará mais de 35 bilhões de euros (cerca de R$ 221 bilhões) em assistência militar à Ucrânia até 2025. A Alemanha pretende elevar seu orçamento de defesa para 3,5% do Produto Interno Bruto até 2029, conforme informações do governo alemão divulgadas pela agência de notícias AFP. Atualmente, o país aloca 2,4% do PIB para essa finalidade.

O chefe de governo da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que o país se reserva o direito de definir o cronograma para a implementação do aumento dos gastos em defesa. Rutte declarou que o aumento não terá exceções, e o governo espanhol concordou com a meta, embora buscasse assegurar flexibilidade para atingi-la.

Sabemos que a Rússia poderá testar nossos compromissos de defesa mútua nos próximos cinco anos. Até 2030, a Europa deve ter tudo o que precisa para uma dissuasão. Isso exige uma nova mentalidade de todos nós. Precisamos estar dispostos a sair da nossa zona de conforto. Precisamos explorar novas formas de fazer as coisas, unindo tecnologia e defesa, civil e militar, dentro da Europa e além. Juntos, podemos dissuadir qualquer um que tente nos causar dano. Por uma OTAN mais forte, e por uma Europa mais forte e mais segura, declarou Ursula von der Leyen.

Mark Rutte ressaltou que a Otan “precisa vencer a guerra de produção militar” contra a Rússia. Ele declarou que “é inviável que os russos, com uma economia dez vezes menor [que a da aliança], nos superem em poder de fogo e em capacidade de produção”. O secretário-geral também afirmou que “se a Rússia nos atacasse hoje, nossa resposta seria devastadora”.

Rutte declarou que o novo plano representa um aumento significativo nos investimentos em defesa. “O plano de investimento em Defesa que os aliados aprovam em Haia estabelece uma nova base: 5% do PIB a serem investidos em Defesa. Isso representa um avanço considerável – ambicioso, histórico e fundamental para assegurar nosso futuro”, afirmou.

Ele complementou que os países membros dobrarão os investimentos em defesa aérea “devido à visão diária do terror mortal da Rússia vindo do céu sobre a Ucrânia — e devemos ser capazes de nos defender contra esse tipo de ataque”.

A Rússia criticou a decisão da OTAN. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a aliança estaria no caminho de uma “militarização desenfreada” e que a organização foi criada para o confronto, não sendo uma instituição pacificadora.

Fonte por: Poder 360

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.