A Moody’s reajusta a avaliação de crédito da Argentina e projeta expansão econômica de 4% em 2024

A agência indicou que poderá reajustar a avaliação da Argentina caso as reformas estruturais reduzam os desequilíbrios econômicos e financeiros.

18/07/2025 1:17

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A Moody’s reajusta a avaliação de crédito da Argentina e projeta expansão econômica de 4% em 2024
(Imagem de reprodução da internet).

A Moody’s elevou a classificação de crédito de longo prazo em moedas estrangeiras e nacionais da Argentina de Caa3 para Caa1, em paralelo com a mudança da perspectiva para estável, como resultado das reformas econômicas implementadas pelo governo do presidente Javier Milei.

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A classificação acompanha a liberalização da taxa de câmbio, o alívio dos controles de capital e um novo programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que asseguram a disponibilidade de recursos financeiros e diminuem as pressões de financiamento externo, segundo a instituição.

Esses fatores reduzem a probabilidade de um evento de crédito negativo, avalia a Moody’s.

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A Moody’s prevê que a economia argentina aumente 4% em 2024, com uma desaceleração para 3,5% em 2026. A agência ressalva, contudo, o aumento dos riscos nas projeções.

A persistente queda da inflação resultou em elevação dos salários reais, ao mesmo tempo em que a restrição fiscal expandiu o volume de crédito que não foi coberto por financiamentos do setor público, conforme apontou a instituição.

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A avaliação indica que a posição fiscal equilibrada marca uma quebra com o histórico de predominância fiscal da Argentina e do financiamento do déficit pelo banco central, indicando que a recuperação atual provavelmente será mais sustentável.

A Moody’s aponta que a correção das oscilações na taxa de câmbio está otimizando o desempenho do mercado interno em diversos segmentos.

A transição para o novo regime não gerou volatilidade significativa nos mercados ou na atividade econômica, o que amenizou um ponto fraco que exercia pressão sobre a dívida pública, de acordo com a análise.

O Produto Interno Bruto da Argentina voltou a apresentar crescimento nos três últimos meses de 2024, após seis trimestres de declínio anual.

A Moody’s indicou que poderá retomar a elevação do rating da Argentina caso as reformas estruturais persistam em diminuir os desequilíbrios econômicos e fiscais.

A avaliação do rating também pode ser mantida por um acúmulo de reservas internacionais decorrente de entradas de moeda externa que não envolvam endividamento, segundo a agência.

A recuperação econômica e o apoio popular às políticas de ajuste do governo antes das eleições legislativas de meio de mandato em outubro podem conferir ao governo um mandato político mais sólido para acelerar sua agenda de reformas econômicas, avalia.

Ademais, a Moody’s poderia revisar para baixo a classificação, caso fossem identificados pressões no saldo de pagamentos ou de falta de moeda externa.

Choques políticos ou econômicos que afetem a estabilidade macroeconômica ou gerem aumento da volatilidade financeira, interrompendo o avanço da estabilização macroeconômica, também podem levar a um rebaixamento da classificação.

Desafios

A Moody’s considera que a Argentina ainda enfrenta dificuldades no financiamento externo, apesar do aumento na classificação de crédito, devido à fragilidade dos colchões de capital e à falta de investimentos. A agência atribui a nota soberana Caa1 à Argentina a essas pressões.

A distância de três degraus entre o teto da moeda local e o rating soberano indica a maior previsibilidade da política econômica e a diminuição da atuação do Estado na economia, em oposição à instabilidade do saldo de pagamento externo, de acordo com a análise.

A distinção entre um patamar de moeda estrangeira e um patamar de moeda local indica maior eficiência das políticas e um endividamento externo limitado, contudo, é compensada pela baixa abertura da conta de capital.

A Fitch já havia promovido a Argentina.

A agência Fitch, uma das principais de classificação de risco global, já havia elevado a nota do país vizinho em maio, de CCC para CCC+.

A agência comunicou que a recuperação econômica e a desinflação ultrapassaram as previsões e que devem ser reforçadas por meio de recentes alterações nas políticas, incluindo um novo regime cambial.

Havia, entre os incertos, a insuficiência de reservas cambiais, que não são asseguradas pelo novo sistema.

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Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.