A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quinta-feira (11) que seu governo não busca conflitos com nações sobre as quais pretende elevar tarifas, como a China.
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“Não desejamos um conflito”, declarou Sheinbaum em uma coletiva de imprensa matinal, ressaltando que as medidas visavam estimular a economia do México e que seu governo estava em negociações com embaixadores de países impactados pelas propostas.
Na quarta-feira (10), seu governo anunciou que elevaria as tarifas sobre veículos chineses a um patamar máximo de 50%, em decorrência de uma revisão abrangente das taxas de importação de diversas mercadorias, afetando aproximadamente US$ 52 bilhões em importações.
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Restrições às importações provenientes de países sem acordos comerciais geraram especulações de que o México havia anunciado tais medidas para melhorar o relacionamento com os Estados Unidos, seu principal parceiro comercial.
“Isso não é o objetivo”, declarou Sheinbaum ao ser questionada sobre o assunto durante a coletiva de imprensa, afirmando que as medidas visavam fortalecer a capacidade de produção local como parte de uma estratégia industrial proposta antes da eleição do presidente dos EUA, Donald Trump, no ano passado.
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“O que almejamos é debater as questões sem a necessidade de provocar desentendimentos”, acrescentou.
Após as medidas, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, expressou a esperança de que ambos os países possam trabalhar juntos. A China se opõe às restrições impostas sob “vários pretextos” e defenderá seus interesses.
A AMIA (Associação da Indústria Automotiva Mexicana) acolheu positivamente o plano de aumento das tarifas. A indústria considera que a medida assegura que qualquer empresa que opere no mercado mexicano o faça em condições justas, conforme declarou a empresa em um comunicado, sustentando que o plano impulsionaria a criação de empregos e asseguraria os direitos dos consumidores.
O México é um importante produtor de automóveis que exporta sobretudo para os Estados Unidos, ao mesmo tempo que importa centenas de milhares de veículos anualmente.
A China exportou mais de 177 mil automóveis e caminhonetes para o México nos primeiros oito meses do ano, consolidando-se como o principal fornecedor do país, conforme dados do INEGI (Instituto Nacional de Estatísticas do México).
A empresa norte-americana General Motors, contudo, representou a maior exportação da China para o México. O Chevrolet Aveo se destacou como o modelo mais vendido da GM no primeiro semestre, apesar do interesse em picapes, vans e SUVs.
O secretário de Economia do México afirmou, ao anunciar as medidas tarifárias, que os automóveis chineses estavam sendo importados em níveis inferiores aos preços considerados de referência e que as políticas protecionistas tinham como objetivo aumentar a competitividade dos produtos mexicanos.
Fonte por: CNN Brasil