A Marisa observa ganho no terceiro trimestre e enxerga o desafio macro como uma oportunidade

A Marisa obteve lucro líquido de R$ 2,1 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 102 milhões no mesmo período do ano anterior, devido ao robusto aumento das receitas e à melhoria das margens.

A receita líquida da empresa de varejo de moda atingiu R$ 394,5 milhões no trimestre, representando um crescimento de 22,9% em comparação com o mesmo período de 2024, acompanhado de uma expansão de 23,3% nas vendas de mesmas lojas. A margem bruta elevou-se 4,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior, atingindo 54,2%.

O resultado, segundo o presidente-executivo da companhia, Edson Garcia, demonstra a eficácia da estratégia de coleta e a otimização do relacionamento com a cadeia de fornecimento, além de se beneficiar do clima mais frio no período.

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Apesar de um posicionamento ligeiramente mais competitivo em relação aos preços, obtivemos negociações robustas com a cadeia de fornecimento, abertura de nossos fornecedores, o que ampliou as oportunidades de lucro, declarou em entrevista à Reuters.

O executivo complementou que a taxa de juros elevada e a inflação persistente no país dificultam o cenário para o setor, porém ressaltou que, especificamente para a Marisa, pode representar uma chance, devido ao reposicionamento recente na empresa.

As clientes que compram em lojas de departamento com posicionamento superior podem identificar na Marisa essa oportunidade de adquirir moda… e encontrar um preço que se encaixa no orçamento.

Eu sou a marca mais popular no varejo, e estou posicionado em um preço não tão distante, mas consigo entregar a marca que esse cliente não tem lá.

Garcia explicou que, devido à variedade de preços da Marisa, é possível incrementar a presença de produtos mais acessíveis e diminuir a oferta daqueles com preços mais altos, além de otimizar o mix de produtos e a localização das lojas.

A Renner, com sua posição elevada, obteve um aumento de 18,5% na receita líquida do varejo no segundo trimestre, atingindo R$ 3,65 bilhões, e um incremento de 0,9 ponto na margem bruta, que somou 58,4%.

Garcia também ressaltou que a Marisa implementou uma série de estratégias e que ainda existem “alavancas” novas, que são os segmentos infantil e masculino, que já estão ajudando e podem crescer ainda mais.

O balanço do segundo trimestre também apresentou um resultado operacional medido pelo EBITDA de R$ 111,2 milhões, após desempenho negativo de R$ 2,95 milhões no mesmo período do ano anterior, com a margem nessa linha passando de -0,9% para 28,2%.

O aumento da base ativa de cartões Marisa também contribuiu, alcançando 1,043 milhão no final de junho, em comparação com 613,6 mil um ano anterior.

O executivo-chefe da empresa declarou que o valor médio das compras utilizando o cartão Marisa é superior em mais de duas vezes ao das realizadas por meio de Pix, débito ou dinheiro. Além disso, apontou um aumento considerável, mesmo com cartões de terceiros.

Os investimentos da empresa totalizaram R$ 4,9 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 219,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, com os recursos destinados principalmente às operações das lojas e à tecnologia da informação.

Após a empresa varejista concluir o trimestre com 232 lojas, de 235 unidades no ano anterior, Garcia eliminou qualquer possibilidade de expansão neste ano ou em 2026, declarando que ainda existem chances de aumentar as vendas por metro quadrado.

Em 2027, eu já acredito, declarou, mencionando a viabilidade de ampliar o conjunto de lojas da Marisa.

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Fonte por: CNN Brasil