Os presidentes da China e da Rússia criticaram os Estados Unidos e o Ocidente em uma reunião de cúpula na cidade chinesa de Tianjin, que visa promover uma governança mundial alternativa, com Pequim como o centro das relações regionais.
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O presidente chinês, Xi Jinping, censurou o “comportamento intimidatório” de certos países, em alusão velada aos Estados Unidos, no encontro de cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX).
Xi Jinping solicitou uma rejeição à mentalidade da Guerra Fria e defendeu o multilateralismo, as Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio.
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“Olhando para o futuro, com o mundo enfrentando turbulências e transformação, devemos continuar com o espírito de Xangai”, expressou Xi.
Apesar dos momentos difíceis, conseguimos o sucesso ao adotar o espírito de Xangai, declarou Xi, em referência ao nome da cidade, após a China se envolver nos últimos meses em uma disputa comercial com os Estados Unidos.
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O presidente chinês afirmou que é necessário defender um mundo multipolar justo e ordenado, e uma globalização econômica inclusiva. Ele ressaltou que busca promover um sistema de governança mais justo e razoável.
A cúpula de dois dias reúne os países do bloco: China, Índia, Rússia, Paquistão, Irã, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Bielorrússia, além de outras 16 nações afiliadas como observadoras.
China e Rússia apontaram a OCX como uma opção alternativa à OTAN.
Putin justificou a operação de seu país na Ucrânia e atribuiu a responsabilidade ao Ocidente pelo conflito, que se iniciou há três anos e meio e resultou em dezenas de milhares de mortos.
A crise não foi causada pelo ataque russo à Ucrânia, mas sim o resultado de um golpe de Estado na Ucrânia, que foi apoiado e provocado pelo Ocidente, declarou Putin.
A segunda razão desta crise são as constantes tentativas do Ocidente de levar a Ucrânia à OTAN.
Conversas entre dois países.
A liderança da OCX iniciou o evento no domingo e diversos chefes também participarão de uma grandiosa parada militar em Pequim, na quarta-feira 3, para comemorar os 80 anos da conclusão da Segunda Guerra Mundial.
Esta é a maior cúpula do bloco desde sua criação em 2001. As ruas de Tianjin foram ocupadas por faixas e cartazes oficiais com palavras como “benefício mútuo” e “igualdade”.
Xi participou no domingo de várias reuniões bilaterais com os líderes presentes, incluindo um encontro com Modi, que visita a China pela primeira vez desde 2018.
Modi declarou a Xi que a Índia está comprometida com o progresso de “nossas relações com base na confiança mútua, dignidade e sensibilidade”.
Índia e China, os dois países mais populosos do mundo, são rivais e competem por influência no sul da Ásia. As nações protagonizaram um confronto fatal na fronteira em 2020. A reaproximação iniciou-se em outubro do ano passado, quando Modi se reuniu com Xi pela primeira vez em cinco anos durante um encontro de cúpula na Rússia.
Fonte por: Carta Capital