As ações da empresa de alimentos desvalorizaram aproximadamente 66% desde a fusão com a Kraft e a HJ Heinz.
A provável divisão das marcas com crescimento mais lento da Kraft Heinz, como o queijo Velveeta, representa um risco elevado de aumentar os resultados da empresa, em face da sua malsucedida fusão de uma década.
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A empresa de alimentos com sede em Chicago e Pittsburgh está avaliando a separação de grande parte de seus negócios de alimentos, incluindo diversos produtos da Kraft, em uma nova empresa, conforme revelado por uma fonte em 11 de julho, corroborando uma reportagem do Wall Street Journal.
Essa entidade poderia ser avaliada em até US$ 20 bilhões, o que a tornaria a maior transação em bens de consumo até então neste ano.
A empresa não se manifestou sobre a questão.
As ações da empresa de alimentos perderam aproximadamente dois terços de seu valor desde que a Kraft e a HJ Heinz se fundiram em 2015, em um acordo respaldado pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, com o objetivo de reduzir despesas e ampliar a presença das marcas no exterior.
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Contudo, os consumidores nos Estados Unidos têm reduzido gastos com alimentos embalados de marcas reconhecidas, que se tornaram mais dispendiosos, após a pandemia.
Adicionalmente, os produtos práticos da Kraft Heinz, incluindo seu kit de refeições Lunchables, estão recebendo críticas nos Estados Unidos, seu principal mercado, devido à crescente movimentação social Make America Healthy Again (Faça a América Saudável Novamente), impulsionada pelo secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr.
Com um mercado de capitalização de US$ 33,3 bilhões, a empresa declarou em maio que estava “avaliando potenciais transações estratégicas para gerar valor para os acionistas”, considerando que executivos da Berkshire Hathaway deixaram o conselho, provavelmente após perderem a confiança na fabricante de alimentos, afirmaram bancos.
A provável alteração, ainda a ser confirmada pela Kraft Heinz, provavelmente revertiria a fusão de cerca de US$ 45 bilhões realizada em 2015, embora a forma como as aproximadamente 200 marcas da empresa seriam distribuídas não esteja definida.
A divisão de condimentos da Kraft Heinz, com as marcas Heinz de ketchup e Philadelphia de cream cheese, obteve US$ 11,4 bilhões em vendas no ano anterior e possui potencial de expansão internacional.
A unidade, por si só, provavelmente teria um valor superior ao da negociação atual da empresa como um todo, o que a tornaria mais valiosa, afirmaram analistas e banqueiros.
As demais marcas da Kraft Heinz – com vendas de US$ 14,5 bilhões, incluindo a Oscar Mayer – que competem com opções de marcas próprias mais acessíveis, provavelmente seria avaliada em consonância com a empresa como um todo, considerando que esta é atualmente negociada em torno de nove vezes seus lucros.
A Kraft Heinz não respondeu prontamente ao pedido de comentário.
A via é arriscada, pois o desinvestimento só pode gerar um pequeno ganho para os investidores, segundo especialistas e gestores de investimento.
A empresa Kraft Heinz poderá obter maiores lucros se for eventualmente vendida – e receberá um prêmio – em relação a um de seus dois negócios.
“Não se observa grande potencial de crescimento”, afirmou Peter Galbo, analista do BofA (Bank of America). “Depende essencialmente de uma aquisição futura.”
Os bancos de investimento afirmaram que o conselho e a gerência da Kraft Heinz podem ter considerado a dissolução da Kellogg Co como uma história de sucesso que poderiam replicar.
Em janeiro deste ano, a empresa europeia de doces Ferrero firmou acordo para comprar o negócio de cereais da Kellogg Co., WK Kellogg, no valor de 3,1 bilhões de dólares. No ano anterior, a Mars adquiriu o negócio da Kellogg Co., que produzia Pringles, a Kellanova, por aproximadamente 36 bilhões de dólares.
Fabricantes de especiarias e molhos picantes, como a McCormick, a Unilever ou a Nestlé, poderiam ser potenciais compradores do negócio, afirmaram especialistas do mercado. A McCormick não se manifestou sobre o assunto, enquanto a Unilever e a Nestlé não responderam às solicitações de comentários.
O negócio de crescimento mais lento, focado na Kraft, pode, contudo, despertar o interesse de outra empresa que busca ampliar sua influência com supermercados como Walmart e Kroger, afirmou Dave Wagner, gestor de portfólio da Aptus Capital, detentora de ações da Kraft Heinz em um fundo negociado em bolsa.
Mas Wagner afirmou que localizar compradores em um segmento difícil pode não ser simples.
A empresa fabricante de alimentos registrou uma queda de 3% nas vendas em 2024, e ajustou suas projeções de vendas e lucro para o período restante do ano.
Wagner afirmou que, seja a empresa mantida como está, seja dividida, ambas as opções acarretariam algum tipo de prejuízo.
Não seriam, provavelmente, alvos de aquisição de primeira linha.
O Brasil ocupa a primeira posição em vendas de veículos elétricos na América Latina.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.