A investigação da PF apurou esquema de fraude no INSS, que resultou na prisão de oito indivíduos
Investigações apontam ligações entre detidos e associações sob suspeita de desvio de recursos de aposentados e pensionistas; o instituto também apura en…

A Operação Sem Desconto, da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União), que foi iniciada em 23 de abril, já realizou cinco fases para cumprir mandados de busca e apreensão, desbloquear bens dos investigados e efetuar prisões em decorrência de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
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A partir de abril, a Polícia Federal já prendeu oito indivíduos. Foram seis na primeira fase, no Ceará. Na data das prisões, os agentes também apreenderam veículos de luxo.
Os agentes atenderam a 211 mandados em 13 estados e no Distrito Federal.
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Foram registradas também ordens de sequestro de bens no valor de mais de um bilhão de reais.
Os seis detidos na primeira fase são empresários, conforme apurou a CNN. Os alvos são os representantes legais das associações que foram descredenciadas pela CGU que tinham acordos com o INSS.
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Em 17 de junho, após três fases sem prisões, a PF deflagrou a quinta fase da operação e prendeu outros dois investigados preventivamente.
Foram identificados dois detentos no Ceará e também empresários ligados às entidades investigadas. Além disso, foi determinado o sequestro de cinco imóveis associados aos investigados, com um valor estimado de R$ 12 milhões.
Pesquisadores entrevistados pela reportagem afirmam que as etapas sem prisões tiveram como objetivo o levantamento de evidências para que se estabelecesse a autoria dos crimes, e mais prisões na fase mais recente.
Em paralelo, foram conduzidas análises em smartphones, discos rígidos externos e nos documentos encontrados nas organizações. Essa atividade auxiliou na determinação do papel de cada indivíduo no esquema investigado pela Polícia Federal.
Os delegados destacam que grande parte do material apreendido ainda se encontra em análise, o que implicará em outras etapas da operação, deles.
Além dos empresários, o INSS apura a participação de servidores. Ainda não há prisão de funcionários públicos — apenas afastamentos dos cargos — mas há processos em andamento para punição dos identificados.
A investigação interna do Órgão e da CGU já indica que funcionários com acesso registraram “em lotes” dados de aposentados e pensionistas sem autorização para que os descontos fossem realizados.
Após essa descoberta, houve redução no número de servidores com acesso a essas senhas no INSS. Mais de 3.000 senhas de servidores que tinham acesso aos dados foram canceladas, por determinação do presidente da autarquia, Gilberto Waller Junior. Dessa forma, apenas seis pessoas passaram a conseguir acessar as informações.
O grande volume de servidores com acesso, conforme o INSS, pode explicar o vazamento de informações para sindicatos e instituições financeiras.
Estima-se que R$ 6,3 bilhões tenham sido roubados em um período de cinco anos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.