A investigação da Operação Abin paralela: conheça os 35 indícios e os crimes que motivaram a investigação pela Polícia Federal

Jair Bolsonaro não foi formalmente indiciado, devido à sua atuação em um processo que o acusa de organização criminosa, sendo apontado como principal responsável pelas ações de arapongagem.

18/06/2025 20:07

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Brasília (DF) 05/12/2024 A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) realiza cerimônia comemorativa dos 25 anos da instituição Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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A Polícia Federal indiciou 35 pessoas no relatório final da investigação sobre a “ Abin paralela”, estrutura que teria sido criada na gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) frente à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A estrutura teria sido utilizada para espionagem política e ataque às urnas eletrônicas. O relatório aponta que Bolsonaro foi o principal destinatário das informações produzidas pelas ações clandestinas de espionagem. O ex-presidente não foi formalmente indiciado, pois já responde por organização criminosa em outro processo, mas é apontado como líder das ações de arapongagem. Procurada, a defesa de Bolsonaro não se manifestou. Entre os indiciados estão o próprio Ramagem, o vereador Carlos Bolsonaro, servidores da Abin e integrantes que continuam em funções de comando no órgão durante o governo Lula, como o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, que teria atuado para embaraçar a investigação sobre o caso.

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Abaixo, a relação dos acusados e os delitos imputados pela Polícia Federal:

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro: envolvimento com organização criminosa.

Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin: peculato, desvio, interceptação de comunicações telemáticas sem autorização judicial, violação do sigilo funcional qualificada, prevaricação com corrupção passiva privilegiada.

Leia também:

Felipe Arlotta Freitas, policial federal que atuou como coordenador-geral de Contrainteligência da Abin: desmantelar organizações criminosas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato e prevaricação.

Henrique César Zordan, policial federal cedido à Abin e assessor direto de Ramagem, é acusado de integrar organização criminosa, falsidade ideológica, fraude processual, prevaricação e peculato-desvio.

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Alexandre Ramalho Ferreira, policial federal cedido à ABIN, onde atuou no gabinete de Ramagem: integrar organização criminosa e prevaricação.

Luiz Felipe Barros Felix, policial federal cedido à ABIN: integrar organização criminosa, violação de sigilo funcional e prevaricação.

Carlos Magno de Deus Rodrigues, policial federal cedido à ABIN, onde coordenou a Coordenação de Análise e Integridade Corporativa e posteriormente a Coordenação de Análise de Redes Criminosas Transnacionais: organização criminosa, violação de sigilo funcional, prevaricação e peculato – desvio.

Marcelo Bormevet, policial federal que atuou como coordenador geral do Centro de Inteligência da Abin: integrar organização criminosa, interceptação de comunicações de informática ou telefônica sem autorização judicial, prevaricação, violação de sigilo funcional e peculato-desvio.

Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército cedido à Abin: integrar organização criminosa, interceptar comunicações de informática ou telefonia sem autorização judicial, prevaricação, peculato-desvio e violação de sigilo funcional.

Integrar organizações criminosas, interceptar comunicações de informática ou telefonia sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados pela lei, prevaricação, peculato-desvio.

Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, ex-diretor do Departamento de Inteligência Estratégia, posteriormente transformado em Centro de Inteligência Nacional e ex-diretor adjunto da Abin, é acusado de integrar organizações criminosas, cometeu prevaricação, impediu ou embaralhou investigações e praticou prevaricação com corrupção passiva privilegiada.

Paulo Maurício Pinto, ex-diretor do Departamento de Operações de Inteligência da Abin e ex-secretário de Planejamento e Gestão do órgão: integrar organização criminosa, realizar interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei, peculato-desvio, prevaricação, violação de sigilo funcional.

Eriton Lincoln Pompeu, oficial de Inteligência da Abin: integrar organização criminosa, interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei, peculato-desvio.

Paulo Magno de Melo Rodrigues Alves, oficial de Inteligência da Abin, exerceu cargos de chefia no Departamento de Operações de Inteligência, envolvendo a integração de organizações criminosas, a interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei, peculato-desvio, prevaricação e violação de sigilo funcional.

Marcelo Furtado, agente de Inteligência da Abin que atuou no Departamento de Operações de Inteligência: integrar organização criminosa, realizar interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei, peculato-desvio e prevaricação.

Luiz Gustavo da Silva Mota, oficial de Inteligência da Abin: integrar organização criminosa, realizar interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei, prevaricação, peculato-desvio, obteve atenuante de confissão espontânea.

Alexandre de Oliveira Pasiani, coordenador de Meios Técnicos da Abin: falsidade ideológica.

José Matheus Salles Barros, assessor de Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem e da Presidência da República durante o governo Bolsonaro: integrar organização criminosa e peculato-desvio.

Mateus de Carvalho Sposito: organização criminosa e peculato-desvio.

Richards Dyer Pozzer, considerado responsável pela disseminação e produção de campanhas de desinformação: integrar organização criminosa, tentar abolir, por meio de violência ou grave ameaça, o Estado Democrático de Direito, tentar deposar por meio de violência ou grave ameaça o governo legitimamente constituído, obstruir investigações.

Daniel Ribeiro Lemos, analista político legislativo recém-nomeado para o gabinete da liderança do PL: integrar organização criminosa, impedir ou embaralhar investigação, peculato-desvio.

Rogério Beraldo de Almeida, responsável pelo perfil “DallasGinghinniReturn”, integra organização criminosa.

Alan Oleskovicz, agente de Inteligência da Abin: prevaricação e peculato-desvio.

Ricardo Wright Minussi, assessor parlamentar no Senado: corrupção.

Rodrigo Augusto de Carvalho Costa, delegado da Polícia Federal: participação em violação de sigilo funcional.

Lucio de Andrade Vaz Parente, servidor da Abin: corrupção passiva.

Alexandre do Nascimento Cantalice, ex-diretor do Departamento de Operações de Inteligência da Abin, é acusado de prevaricação e falso testemunho.

Victor Felismino Carneiro, ex-diretor-adjunto da Abin: prevaricação, corrupção passiva, violação de sigilo funcional.

Bruno de Aguiar Faria, ex-diretor substituto do Departamento de Operações de Inteligência da Abin, cometeu violação de sigilo funcional.

Eduardo Arthur Izycki, oficial de Inteligência da Abin, é indiciado por fraude em licitação ou contrato e violação de sigilo funcional.

Rodrigo Colli, oficial de Inteligência da Abin, é indiciado por fraude em licitação ou contrato e violação de sigilo funcional.

Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin: impedir ou dificultar investigações, prevaricação e conluio no decorrer do processo.

Alessandro Moretti, diretor-adjunto da Abin, foi demitido por Lula em 2024: para evitar ou comprometer a investigação, prevaricação e coagir no decorrer do processo.

Luiz Carlos Nóbrega Nelson, assessor chefe da Abin: obstruir ou dificultar a investigação, prevaricação e conluio durante o processo.

Josué Fernando Chuy, corregedor da Abin: evitar ou dificultar a investigação, prevaricação e conluio no decorrer do processo.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

Fonte por: Jovem Pan

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.