A interrupção das importações de combustíveis da Rússia pode afetar a inflação no Brasil

A Abicom revela que 61% das importações de diesel e 39% de gasolina são provenientes da Rússia. Trum anunciou a intenção de aumentar os impostos sobre n…

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(Imagem de reprodução da internet).

A disputa comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assume um novo capítulo nesta terça-feira (6). O republicano sancionou uma ordem executiva que estabelece uma taxa adicional de 25% sobre as exportações de produtos da Índia, elevando o total tarifário a 50%.

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A Casa Branca em seu segundo comunicado, anunciou a imposição de sobretaxas como retaliação após a Índia continuar importando petróleo da Rússia. Na visão do presidente, a manutenção dessa relação comercial contribui para a continuidade da guerra na Ucrânia. “O presidente Trump visa dissuadir os países de apoiarem a economia da Federação Russa”, afirma a autoridade na nota.

A atenção se concentra no país asiático. No entanto, o alvo do republicano abrange todos os países que comercializam petróleo e seus produtos derivados com a Rússia, incluindo o Brasil.

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Mercado brasileiro

De acordo com dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o Brasil exportou 1,3 milhão de metros cúbicos de gasolina pura da Rússia nos primeiros seis meses do ano, representando 39% do total importado. Em relação ao diesel, os números são ainda mais expressivos: 4,82 milhões de metros cúbicos, correspondendo a 61% das importações.

Em dezembro passado, o presidente americano declarou que imporá uma taxa de 100% sobre compradores de petróleo russo se Vladimir Putin, presidente da gigante do leste europeu, não permitir que os países com a Ucrânia permaneçam em um período de 50 dias — prazo que foi reduzido para esta semana, entre quarta-feira (7) e sábado (9).

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A continuidade dessas sanções teria um impacto significativo na inflação, segundo Sergio Araújo, presidente executivo da Abicom. “Não será muito fácil encontrar fornecedores alternativos para estes produtos, considerando o volume que o Brasil exporta atualmente”, argumenta.

Diesel e Impacto

Para o diesel, a preocupação se manifesta em perspectivas de médio a longo prazo. Isso ocorre porque, embora represente uma parcela considerável do mercado, não impacta diretamente os consumidores (considerando a última vez que abasteceram o veículo com esse combustível). As pressões inflacionárias decorrem do aumento do custo do frete: praticamente todo bem que o consumidor brasileiro adquire inclui o custo do diesel, devido ao transporte rodoviário.

A gasolina é uma das variáveis que possui um peso significativo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um aumento ou diminuição nos preços é repassado diretamente aos consumidores finais, que são as famílias brasileiras. Em relação ao diesel, devido ao tipo de consumidor, que são, em última instância, agentes industriais e agropecuários, essa tendência de repasse do custo não é imediata, conforme resume Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Alternativas e Decisão

Para a questão, existem duas alternativas. Substituir as importações originárias dos russos, ou arcar com uma taxa adicional de até 100%.

O economista do Banco Inte entra na consideração de que, com a taxa de 50% já aplicada a diversos setores brasileiros, é preciso refletir se ceder às demandas de Trump seria o melhor caminho. “Para nós, terá de ser uma escolha de custo benefício”.

Impacto da Interrupção

Em caso de o Brasil interromper as importações de combustível russo, especialistas preveem um longo período de transição. Bruno, da StoneX, aponta que, a partir do início do conflito na Europa Oriental, o Brasil passou por uma alteração no seu padrão de importação, com um aumento significativo na chegada de diesel e gasolina provenientes do outro continente. “Observou-se um maior interesse financeiro por esse produto”, complementa Cordeiro.

Existe a preocupação de que o Brasil possa enfrentar dificuldades para encontrar outros fornecedores de diesel no mercado, incluindo os Estados Unidos, justamente porque, desde o início do conflito na Europa Oriental, a Europa também passou a buscar mais diesel americano.

“Será uma dificuldade. Vamos verificar a possibilidade de parte do volume vier do Golfo do México, e verificar outros fornecedores como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Omã, Catar… Mas é um desafio”, complementa Sergio, presidente da Abicom.

Em relação à gasolina, as rotas são menos complexas. André ressalta que as importações da Holanda têm aumentado, por exemplo. “É uma demanda que o país conseguirá suprir, se necessário. Mas é algo que teria impacto significativo no IPCA, justamente por conta do peso”, reitera.

Ainda existe uma terceira via. André recorda que, no início do conflito entre Ucrânia e Rússia, países começaram a adquirir derivados de petróleo russos indiretamente, por meio da China e do Irã.

De qualquer forma, Trump detalhou em seu pronunciamento de terça-feira que, além da aquisição de combustíveis russos, sua “revenda posterior desse petróleo no mercado aberto, frequentemente com lucro substancial, possibilita ainda mais que a economia da Federação Russa seja financiada por sua agressão”. Assim, caso o Brasil adote a terceira alternativa, não há garantia de que a ação escape da atenção da Casa Branca.

“Em última análise, será uma decisão política de qual mal é pior: a inflação ou uma nova rodada de tarifas”, finaliza Valério.

Fonte por: CNN Brasil

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