A insegurança alimentar global recuou, contudo, conflitos e o clima representam riscos ao avanço alcançado, aponta a ONU

A ocorrência de quedas é intensificada por conflitos e alterações climáticas, o que agrava a desnutrição em grande parte da África e da Ásia Ocidental.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Em 2024, o número de pessoas com fome em todo o mundo diminuiu pela terceira vez seguida, revertendo a alta observada durante a pandemia de Covid.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A crise alimentar se intensifica em decorrência de conflitos e mudanças climáticas, exacerbando a desnutrição em vasta áreas da África e da Ásia Ocidental, conforme apontado em um relatório da ONU divulgado nesta segunda-feira (28).

Em 2024, aproximadamente 673 milhões de pessoas, o que representa 8,2% da população mundial, enfrentaram a fome, uma diminuição em relação aos 8,5% registrados em 2023, conforme apontado no relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, elaborado em parceria por cinco agências da ONU.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As agências afirmaram que o relatório se concentrou em questões crônicas e de longo prazo, não refletindo adequadamente o impacto de crises agudas causadas por eventos e guerras específicos, como em Gaza.

Méximo Torero, economista-chefe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, declarou que a melhoria no acesso a alimentos na América do Sul e na Índia foi a causa do declínio geral.

LEIA TAMBÉM!

Contudo, ele alertou que conflitos e outros fatores em locais, como a África e o Oriente Médio, poderiam anular esses avanços.

Se o conflito e as vulnerabilidades persistirem, os números aumentarão novamente, afirmou Torero à Reuters durante cúpula da ONU sobre alimentação, na Etiópia.

A crise persiste, gerando fome em Gaza e além, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em declarações transmitidas por videoconferência na cúpula. “A fome intensifica ainda mais a instabilidade e compromete a paz.”

Em 2024, o avanço mais notável ocorreu na América do Sul e no sul da Ásia, de acordo com o relatório da ONU.

Na América do Sul, a incidência da fome diminuiu de 4,2% em 2023 para 3,8% em 2024. No sul da Ásia, houve uma redução de 12,2% para 11%.

O avanço na América do Sul foi impulsionado pela maior produtividade agrícola e por programas sociais, como os de alimentação escolar, afirmou Torero. No sul da Ásia, isso se deveu principalmente a novos dados da Índia que indicam que mais indivíduos têm acesso a dietas saudáveis.

As taxas gerais de fome em 2024 continuavam superiores a 7,5% observados em 2019, anterior à pandemia de Covid.

A situação é bastante distinta na África, onde os aumentos de produtividade não acompanham o elevado crescimento populacional, juntamente com os efeitos de conflitos, condições climáticas extremas e inflação.

Em 2024, mais de um terço da população do continente – ou 307 milhões de pessoas – enfrentou subnutrição crônica, indicando que a fome é mais comum do que há duas décadas.

O número de pessoas em África pode atingir 500 milhões até 2030, representando quase 60% dos famintos do mundo, aponta o relatório.

O relatório aponta que a disparidade entre a inflação global de alimentos e a inflação geral alcançou seu ápice em janeiro de 2023, elevando o custo das dietas e impactando de forma mais severa os países de baixa renda.

A incidência de obesidade em adultos subiu para aproximadamente 16% em 2022, em comparação com 12% em 2012.

Em 2024, estima-se que 2,6 bilhões de pessoas não consigam ter uma dieta saudável, uma redução em relação aos 2,76 bilhões registrados em 2019, conforme o relatório.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.

Sair da versão mobile