A Impressionante Transformação Econômica da Coreia do Sul em 60 Anos: Lições para o Brasil
A Coreia do Sul transforma sua economia em 60 anos, saltando de US$ 3,96 bilhões em 1960 para US$ 1,82 trilhão em 2021, superando desafios pós-guerra.
A Transformação Econômica da Coreia do Sul em 60 Anos
Seis décadas é um período significativo para um país alcançar uma transformação econômica. A Coreia do Sul, por exemplo, saiu de uma economia de US$ 3,96 bilhões em 1960 para mais de US$ 1,82 trilhão em 2021, conforme dados do Banco Mundial.
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Após a Guerra da Coreia, que terminou em 1953, o país enfrentava grandes desafios e buscava se reerguer.
A partir da década de 1960, a Coreia do Sul implementou diversas mudanças para aumentar a produtividade e combater a pobreza. Assim como o Brasil, adotou a política de substituição de importações, mas com uma diferença crucial. Alexandre Uehara, coordenador de Estudos e Negócios Asiáticos da ESPM, destaca que, no Brasil, o setor privado muitas vezes se sentia confortável apenas com o mercado interno, enquanto na Coreia do Sul a exportação sempre foi uma prioridade.
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Desenvolvimento Tecnológico e Educação
A política de substituição de importações voltada para o mercado externo não foi exclusiva da Coreia do Sul, mas também foi adotada por outros países asiáticos que hoje são tecnologicamente avançados, como Japão, Singapura, Taiwan e Vietnã, além da China.
O investimento em tecnologia e educação foi fundamental para que essas economias formassem grandes multinacionais, como Hyundai, Samsung e LG.
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Otaviano Canuto, ex-diretor do FMI, ressalta que, no Brasil, a sobrevivência de empresas ineficientes prejudica o desempenho econômico. Para que um país alcance resultados econômicos satisfatórios, é necessário um investimento robusto em educação e tecnologia, algo que o Brasil não priorizou.
Gustavo Macedo, professor do Insper, observa que o Brasil se assemelha mais a países como México e Paquistão, que não conseguiram desenvolver um parque industrial tecnológico.
Comparação entre Brasil e Coreia do Sul
Apesar das semelhanças iniciais, a trajetória econômica do Brasil e da Coreia do Sul divergiu significativamente. Entre 1961 e 1980, o crescimento médio anual do PIB brasileiro foi de 7,44%, enquanto o da Coreia do Sul foi de 9,45%. Contudo, a partir dos anos 1980, o Brasil enfrentou um modelo inflacionário que prejudicou seu crescimento.
Lavínia Barros de Castro, professora do Ibmec-RJ, explica que tanto Brasil quanto Coreia do Sul enfrentaram problemas semelhantes, como dívidas e inflação. No entanto, a abordagem do Brasil perpetuou a inflação, enquanto a Coreia a combateu. De 1981 a 2024, o crescimento médio anual do PIB sul-coreano foi de 5,89%, enquanto o Brasil estagnou em 2,2%.
O Papel das Economias Asiáticas
A partir da segunda metade do século XX, as economias asiáticas se beneficiaram de um processo de ajuda mútua, permitindo que países antes empobrecidos se tornassem centros tecnológicos. O Japão, como principal economia asiática após a Segunda Guerra Mundial, recebeu apoio financeiro dos Estados Unidos, o que impulsionou seu crescimento.
Com o aumento dos custos de mão de obra no Japão, o país começou a investir em seus vizinhos, promovendo tecnologia e educação. Isso possibilitou que outros países asiáticos se voltassem para a produção voltada para exportação. Uehara destaca que, ao contrário do Brasil, onde o setor privado muitas vezes se concentra no mercado interno, as economias asiáticas sempre buscaram o mercado internacional.
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.












