A força da organização nas favelas: Heliópolis luta por políticas públicas e direitos sociais

Moradores de Heliópolis destacam a força da organização na favela, essencial para conquistar políticas públicas e garantir direitos fundamentais

04/11/2025 12:10

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A força da organização nas favelas

Moradores de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, afirmam que a força da favela reside na organização. Eles ressaltam que a conquista de políticas públicas, como educação, cultura, esporte e assistência social, depende da mobilização diária de quem vive nesses territórios.

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Cleide Alves, presidenta da União de Núcleos e Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (Unas), destaca a importância de acompanhar o orçamento público. “Nós que precisamos das políticas públicas temos que, todos os dias, olhar para o orçamento, para esses prefeitos e governadores.

Votamos neles para que atendam nossas necessidades, mas muitas vezes isso não acontece”, afirma Alves, que vive em Heliópolis há 57 anos.

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Dia da Favela e suas implicações

O Dia da Favela, celebrado nesta terça-feira (4), foi criado em 2006 pela Central Única das Favelas (Cufa) e aprovado pela Lei Municipal nº 4.383, no Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, a data passou a ser reconhecida em 19 estados e mais de 560 municípios, como uma forma de valorizar a potência e a diversidade dos territórios populares, onde residem mais de 18 milhões de brasileiros.

Alves também ressalta que a data serve como um lembrete de que as favelas continuam sendo alvo de políticas de violência. “Ainda existe essa visão de que é necessário chegar aos locais matando. Hoje, com a tecnologia, já se sabe quem é quem. Muitas vezes, somos usados para perpetuar o estigma do preconceito”, comenta, referindo-se aos recentes eventos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.

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Educação e mobilização como pilares

Um dos pilares da Unas é o conceito de “bairro educador”, que prioriza a educação, a cultura, o esporte e os direitos humanos como fundamentos para garantir dignidade e futuro aos moradores das favelas. “Acreditamos em uma educação emancipadora, que respeita os direitos humanos.

Quando falamos da favela, não estamos à parte da cidade, nós somos a cidade”, afirma Alves.

Douglas Cavalcante, comunicador da Unas, também destaca a importância de falar sobre a favela a partir da perspectiva dos próprios moradores. “O Dia da Favela é um momento importante para celebrar esse território plural. É necessário falar de maneira positiva, não apenas em momentos de tristeza ou violência.

Os moradores contribuem para o desenvolvimento da cidade todos os dias”, ressalta.

Participação e direitos

Cavalcante concorda que a participação nas decisões e no debate orçamentário é essencial para a conquista de direitos. “A mobilização dos moradores é fundamental para que as comunidades se organizem e efetivem seus direitos. A mudança precisa acontecer com a participação dos moradores nos espaços de decisão, influenciando a pauta do orçamento”, defende.

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.