A Fifa aumenta as sanções por atos de racismo, com multas que podem chegar a 34 milhões de reais

Nova regulamentação disciplinar prevê descenso de clubes e paralisação de jogos por atos de discriminação. Consulte no Poder Sports MKT.

29/05/2025 16h09

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(Imagem de reprodução da internet).

A Fifa divulgou nesta quinta-feira (20.mai.2025) seu novo Código Disciplinar, contendo medidas mais severas para combater o racismo no futebol.

O documento prevê sanções que podem atingir 34 milhões de reais e determina o descenso de clubes reincidentes.

A entidade estabeleceu que federações e associações-membros ajustem seus regulamentos às novas normas até 31 de dezembro deste ano.

O código reforça o protocolo antirracista implementado em 2024, que estabelece três fases para árbitros em situações de discriminação racial: a primeira interrupção da partida, a suspensão temporária e o encerramento definitivo do jogo.

Qualquer atleta pode denunciar diretamente ao árbitro situações de racismo das quais tenha sido vítima. Ao receber tal denúncia, o juiz deve aplicar imediatamente o protocolo estabelecido.

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A Confederação das Federações de Futebol (Fifa) aprovou as novas diretrizes em maio de 2025. As medidas impactam clubes, associações e federações de futebol em todo o mundo sob a jurisdição da entidade internacional, bem como atletas, árbitros e demais participantes de eventos organizados pela Fifa.

As normas serão aplicadas em competições realizadas em âmbito global, com o órgão tendo maior poder de atuação quando entender que as federações não implementam corretamente as ações de combate ao racismo.

O artigo 15 do documento, intitulado “Discriminação e Racismo”, define uma gradação de sanções financeiras. A penalidade mínima para clubes ou associações foi definida em 20 mil francos suíços (R$ 137 mil), juntamente com a proibição de participação em eventos públicos. A sanção máxima pode atingir 5 milhões de francos suíços (R$ 34 milhões) – uma exceção específica no código, que em outros artigos limita multas a 1 milhão de francos suíços (R$ 6,8 milhões).

Em casos de reincidência, o código prevê sanções progressivas que abrangem a implementação obrigatória de planos de prevenção, jogos com portões fechados, dedução de pontos, exclusão de torneios e rebaixamento de divisão.

A Fifa poderá intervir em associações que, na avaliação da entidade, não aplicam corretamente as regras contra o racismo. A federação internacional poderá recorrer ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) contra decisões consideradas inadequadas.

Em Assunção, no Paraguai, durante o Congresso da Fifa em maio, o presidente Gianni Infantino destacou o combate ao racismo. “Racismo não é só um problema para atacar no futebol, racismo é simplesmente um crime. E por isso estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU (Organização das Nações Unidas) para ter certeza de que a luta contra o racismo esteja inserida na legislação criminal de cada país do mundo”, declarou o dirigente.

Fonte por: Poder 360

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.