Escola da primeira infância deveria implementar cinco práticas antirracistas, promovendo a igualdade racial desde os primeiros anos de vida
Especialista em educação argumenta pela necessidade de atenção diferenciada aos primeiros anos de vida de crianças negras, visando o combate ao racismo.

Nesta data, 03 de julho, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. A data corresponde à aprovação, em 1951, da Lei Afonso Arinos, que estabeleceu o racismo como crime no Brasil.
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Para a Jussara Santos, especialista em Educação e Relações Étnico-Raciais, o combate ao racismo deve começar na educação infantil. “A infância é um período de formação profunda de valores, identidades e afetos, e é também quando o racismo pode ser aprendido ou desconstruído”, afirma.
Em seu livro “Democratização do colo: educação antirracista para e com bebês e crianças pequenas” (Papirus Editora), Jussara apresenta relatos e reflexões sobre como o racismo pode se manifestar e influenciar os relacionamentos desde a primeira infância.
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Ela propõe 5 orientações para educadores, pais e responsáveis implementarem desde os primeiros anos de vida. Confira:
Considerar se o ambiente corresponde a todas as infâncias
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Imagens nas paredes, brinquedos e livros da sala de aula, por exemplo, devem refletir a variedade de crianças do Brasil. “Incluir bonecas negras, narrativas de crianças indígenas, bolivianas e de outras etnias é uma maneira de promover o sentimento de pertencimento, principalmente em ambientes onde a maioria é negra ou morena”, declara Jussara.
Criar universos através da linguagem.
É fundamental que os funcionários da escola evitem eufemismos como “moreninho” ou apelidos relacionados à cor da pele ao se referir aos alunos. O mais adequado é utilizar os termos corretos: preto, pardo, indígena; ou negro, em referência mais ampla a pretos e pardos. “Ninguém deve normalizar comentários ou expressões racistas, mesmo que disfarçados de brincadeira ou memes”. Silenciar diante do racismo também é uma forma de ensiná-lo, garante a educadora.
Demonstre afeto e cuidado sem preconceitos.
É necessário acolher todos os recém-nascidos com o mesmo afeto, carinho, colo e escuta atenta. É preciso combater práticas que desumanizam ou estigmatizam crianças negras, como denominar de “cachorro” aquela que morde ou não intervir quando há exclusão. O racismo também se manifesta na negligência e na falta de cuidado.
Explorar a variedade de matizes e narrativas.
A cor da pele não é bege; é marrom, é preta, é a soma das origens do povo brasileiro. “Desde cedo, as crianças devem ter acesso a lápis de diversas tonalidades e não delimitar o conhecimento, como se todas as peles fossem salmão”, pontua Jussara.
Compreender a relevância de projetar o futuro.
A educadora Jussara Santos defende que implementar ações contra o racismo na primeira infância assegura que as gerações futuras cresçam mais conscientes, respeitosas e engajadas com a justiça social. “Lutar contra o racismo é uma atividade diária, e inicia-se agora, no aconchego, nas palavras que selecionamos e nas narrativas que compartilhamos”, declara.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.