A diversificação confere resiliência ao agro paulista, afirma secretário de SP

As exportações do agronegócio paulista diminuíram 15,7% entre julho e agosto, atingindo US$ 2,72 bilhões, de acordo com um levantamento do IEA-Apta (Instituto de Economia Agrícola) divulgado antecipadamente à CNN.

No período, as vendas agrícolas apresentaram queda de 8,4%, totalizando US$ 18,62 bilhões. Contudo, o setor mantém um superávit de US$ 14,76 bilhões.

A diversificação dos embarques de São Paulo o torna mais preparado para períodos de instabilidade internacional como o que se verifica atualmente, segundo Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do estado.

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As exportações de café (com alta de 44,5% em relação ao ano anterior) e carnes (+27,8%) impulsionaram a balança paulista.

O aumento foi impulsionado pelo café e pela carne, evidenciando que a produção de São Paulo é diversificada e apta a enfrentar períodos de instabilidade. O Estado de São Paulo mantém sempre o compromisso de promover oportunidades de crescimento para o produtor paulista e o resultado do superávit da balança comercial é uma demonstração da solidez da gestão, avalia Piai.

A melhora se mantém, apesar do aumento tarifário imposto por Donald Trump, em vigor desde o início de agosto. Um mês após a implementação da alíquota de 50%, São Paulo considera que “ainda é cedo para afirmar que a chamada ‘tarifaço’ dos Estados Unidos tenha gerado impactos efetivos nas exportações paulistas”.

Em linha com a queda mensal geral, as exportações do agronegócio paulista para os Estados Unidos apresentaram declínio de 21,9%, caindo de US$ 321 milhões em julho para US$ 251 milhões em agosto.

A equipe técnica do IEA-Apta considera que o retrocesso é momentâneo e decorre de adaptações do mercado e variações sazonais, flutuações comuns no comércio internacional e não modifica a trajetória de crescimento das vendas consolidadas ao longo do ano para o mercado americano.

Entre janeiro e agosto, as exportações do agronegócio de São Paulo para os Estados Unidos aumentaram 19,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando um valor de US$ 2,49 bilhões, em contrapartida aos US$ 2,08 bilhões registrados no ano anterior.

Os técnicos do Instituto destacam que os impactos mais relevantes decorrem da habitual celebração antecipada de contratos de exportação e da existência de estoques já destinados.

Assim, a visão institucional é de acompanhamento prudente: a Secretaria de Agricultura e Abastecimento continuará monitorando os resultados periódicos para analisar eventuais alterações no movimento comercial e dar suporte aos segmentos que possam ser impactados.

De janeiro a agosto de 2025, as exportações do agronegócio paulista se concentraram em cinco grandes grupos de produtos:

1. Complexo sucroalcooleiro: participação de 29,3% e valor de US$ 5,45 bilhões.
2. Carnes: 14,5%, US$ 2,69 bilhões
3. Produtos florestais: 10,7%, US$ 1.98 bilhão.
4. Soja: 10,5%, US$ 1.95 bilhão.
5. Sucos: 10,3%, US$ 1.91 bilhão.

Os principais destinos do agronegócio paulista são:

1. China: 24,3% de participação, com destaque para produtos do complexo soja, carnes, açúcar e da exploração florestal.
2. União Europeia: 14,3%, sucos, café, produtos florestais e outros produtos vegetais.
3. Estados Unidos: 13,4%, sucos, carnes, produtos de origem animal, florestais, café, sucroalcooleiro e produtos de origem vegetal.

Brasil exporta petróleo, café e aeronaves para os Estados Unidos.

Fonte por: CNN Brasil