A dermatoscopia e o mapeamento desempenham um papel crucial na prevenção do câncer de pele
Novas tecnologias em diagnóstico contribuem para o enfrentamento do câncer de pele e aumentam a segurança para pacientes e profissionais de saúde.
No Brasil, o câncer de pele é o tipo mais comum entre a população. O melanoma, embora menos frequente, representa a forma mais grave da doença e, em casos de diagnóstico tardio, pode apresentar risco de vida. A dermatologia conta com recursos modernos e eficazes para a identificação precoce de alterações.
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A dermatoscopia e o mapeamento corporal total se destacam entre essas ferramentas, que têm ganhado espaço na prática clínica e na prevenção do câncer de pele. O assunto foi amplamente debatido no 78º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, realizado no Rio de Janeiro, com a participação de especialistas de todo o país.
A dermatoscopia é um exame minucioso e seguro. O exame de dermatoscopia é uma avaliação simples, rápida e não invasiva, conduzida em ambiente de consultório médico. Utilizando um aparelho chamado dermatoscópio, o dermatologista identifica estruturas da pele que não são visíveis a olho nu.
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Essa ferramenta possibilita uma expansão que eleva em até 15 vezes a exatidão diagnóstica em comparação com o exame clínico convencional, proporcionando uma análise muito mais minuciosa de sinais e manchas na pele. Na prática, a dermatoscopia ajuda na distinção entre lesões inofensivas e aquelas que demonstram risco de malignidade, contribuindo de forma direta para a identificação precoce do melanoma.
Mapeamento corporal total: parceiros na detecção. Em situações de pacientes apresentando múltiplos sinais na pele ou com predisposição ao melanoma, sugere-se a realização do mapeamento corporal completo. Esse exame envolve a fotografia da totalidade da superfície corporal e o registro de imagens dermatoscópicas minuciosas das lesões pigmentares escolhidas.
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O monitoramento regular dessas lesões possibilita ao dermatologista observar, ao decorrer do tempo, se houve alguma variação no tamanho, na cor, no contorno ou se novas manchas apareceram. Considerando que as pintas inofensivas geralmente mantêm-se estáveis, alterações graduais representam um indicativo de atenção e podem sugerir a necessidade de uma análise mais detalhada.
O mapeamento corporal oferece vantagens relevantes na prevenção do melanoma. Dentre elas, destaca-se a identificação antecipada, o que eleva consideravelmente as probabilidades de sucesso do tratamento. Ademais, auxilia na diminuição de biópsias desnecessárias, evitando intervenções invasivas em lesões sem risco.
A técnica assegura um acompanhamento mais seguro para pacientes com histórico familiar da doença, múltiplos sinais suspeitos ou que possuíam já tido melanoma.
Prevenção, tecnologia e vigilância clínica. Certos grupos populacionais apresentam risco elevado para o desenvolvimento de melanoma e podem se beneficiar particularmente dessas ferramentas. Incluem-se indivíduos com mais de 50 manchas comuns ou mais de 5 pintas atípicas, pessoas com histórico pessoal ou familiar de melanoma, portadores de síndromes genéticas que aumentam a predisposição ao câncer de pele, imunossuprimidos, como transplantados em uso contínuo de medicação, além de indivíduos com pele, olhos ou cabelos claros, que se queimam facilmente ao sol. Também requerem atenção aqueles que tiveram exposição solar intensa e intermitente durante a infância e adolescência.
O progresso tecnológico tem expandido as opções de prevenção. Atualmente, programas específicos auxiliam na comparação de imagens de diversas análises, simplificando a identificação de mudanças mínimas. Existe também o mapeamento corporal em 3D, que, ainda não disponível no Brasil, é uma inovação interessante. Um outro desenvolvimento importante é a utilização da inteligência artificial, que oferece suporte ao profissional na identificação de padrões suspeitos nas lesões cutâneas.
Apesar de todos esses avanços, a avaliação clínica continua sendo fundamental. A regra tradicional do ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro maior que 6 mm e Evolução) permanece uma ferramenta valiosa no rastreamento de lesões suspeitas.
Ademais, o denominado “Sinal do Patinho Feio”, que descreve uma pinta visivelmente distinta das demais no organismo do paciente, continua sendo um importante critério clínico de atenção e deve ser sempre investigado. Esse conceito, conhecido internacionalmente como The Ugly Duckling Sign, faz referência ao conto de Hans Christian Andersen e sugere que uma lesão que se desvia do padrão individual pode ser um indicativo de risco e requer investigação cuidadosa. Na dermatologia, seu uso está claramente associado ao monitoramento contra o melanoma.
A dermatoscopia e o mapeamento corporal são, por conseguinte, aliados essenciais no combate ao câncer de pele. Além de possibilitar o diagnóstico precoce, essas ferramentas proporcionam segurança tanto para o médico quanto para o paciente, permitindo um acompanhamento detalhado e diminuindo intervenções desnecessárias.
É importante destacar que a Organização Mundial da Saúde avançou significativamente ao considerar a saúde da pele como uma prioridade em saúde pública global. Essa decisão sublinha a importância de aumentar o acesso a exames, como a dermatoscopia e o mapeamento corporal, assegurando que um maior número de indivíduos possa obter diagnóstico precoce e prevenção do câncer de pele.
Texto escrito pelo professor titular de dermatologia da UERJ e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Carlos Barcaui (CRM-RJ 52601971 / RQE 13301). O número de casos de câncer de pele em idosos aumentou significativamente nas últimas três décadas.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.












