A definição do campeão brasileiro para a Copa de 1994 gerou instabilidade e questionamentos

Romário foi chamado de última hora e assegurou a vitória sobre o Uruguai, no Maracanã.

12/06/2025 9:03

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Brasil, Rio de Janeiro, RJ, RJ, 19/09/1993. O jogador Romário(d), e Raí (e) da seleção do Brasil, comemoram após a marcação do primeiro gol da partida contra o Uruguai, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 94, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Contato: 01.028.05 - Negativo: 935697 - Crédito:DELFIM VIEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:144492
Brasil, Rio de Janeiro, RJ, RJ, 19/09/1993. O jogador Romário(d)...

A seleção brasileira já está garantida na Copa de 2026 e, apesar dos problemas, as dificuldades de agora não se comparam com as enfrentadas em 1993. O ano que precedeu a conquista do tetracampeonato, nos Estados Unidos, deve ser considerado um dos mais turbulentos da história da equipe nacional. O técnico Carlos Alberto Parreira entrou em rota de colisão com a imprensa. Nos estádios, a torcida adaptou a música “Chama o Síndico”, de Jorge Ben Jor, para pedir a volta de Telê Santana ao comando do Brasil : “O tal do Valdeir foi um horror. Cadê a canelinha, Rai? Desse jeito o Brasil não vai para a Copa, e a torcida pediu: Telê Santana, Telê Santana, Telê Santana!”

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Em 1993, diferentemente do formato anterior, que utilizava o sistema de pontos corridos com todos os confrontos, as seleções da América do Sul foram divididas em dois grupos. Ressaltando que o Chile estava suspenso pela Fifa devido a um incidente ocorrido em 1989 envolvendo o goleiro Rojas.

A campanha, liderada por Carlos Alberto Parreira, teve os quatro primeiros jogos disputados fora de casa.

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A derrota para a Bolívia, a primeira do Brasil na história das Eliminatórias, constituiu um dos momentos mais desafiadores na trajetória em busca do tetracampeonato: um cenário propício para a mídia criticar Parreira, Zagallo (que era coordenador técnico), a comissão técnica, a CBF e jogadores como Careca e Zinho. Parreira declarou: “Não estou tranquilo. Agora, a responsabilidade aumentou para todos”. Os críticos da seleção alertavam para a real possibilidade da equipe não se classificar para a Copa do Mundo, algo que seria inédito.

As notícias dos jornais definiram o clima: “Vergonha do Brasil em La Paz: Bolívia 2 a 0” (O Globo), “Brasil perde invencibilidade de 40 anos em eliminatórias” (Folha de S.Paulo) e “Desastre” a seleção de Parreira e Zagallo fez o Brasil inteiro passar vergonha […]. Para agravar a situação, o goleiro reserva Zetti foi flagrado no antidoping com vestígios de cocaína na urina. O atleta havia consumido um chá de coca no hotel onde a seleção estava hospedada. A bebida não era proibida no país e o atleta, corretamente, não foi punido.

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Na fase de volta, a equipe obteve 100% de aproveitamento nos jogos.

A seleção entrou em campo na vitória sobre a Bolívia, pela primeira vez com jogadores de confiança. Para o confronto decisivo contra o Uruguai, Parreira incluiu Romário, que foi convocado. No dia em que anunciou a escolha do jogador, o técnico brasileiro justificou: “[…]. Pelo futebol que está jogando e não por eventuais pressões da imprensa ou da torcida”. Na verdade, não havia como deixar o artilheiro de fora. Em 13 jogos pelo Barcelona, da Espanha, Romário marcou 17 gols.

No dia 19 de setembro de 1993, mais de 100 mil torcedores compareceram ao Maracanã e testemunharam uma apresentação de destaque de Romário. Em jogo contra os uruguios, o treinador Carlos Alberto Parreira definiu o seguinte elenco: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Ricardo Gomes e Branco; Mauro Silva, Dunga, Raí e Zinho; Bebeto e Romário. Após um período inicial sem gols, Romário marcou de cabeça, aos 26 minutos, após um cruzamento de Bebeto pela direita. A bola ricocheteou no chão e passou entre as pernas de Siboldi. Aos 36 minutos, Mauro Silva lançou Romário, que sozinho driblou o goleiro uruguaio e finalizou para o gol: 2 a 0. A seleção, apesar de algumas dificuldades, mantinha o feito de ser a única presente em todas as Copas.

Fonte por: Jovem Pan

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.