Em 2023, Cid optou por assinar um acordo de delação premiada no contexto do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (17), Matheus Mayer, advogado do general Augusto Heleno, afirmou que o maior prejudicado em uma eventual anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid seria o próprio Cid.
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Em 2023, Cid decidiu assinar um acordo de delação premiada no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Se houver essa anulação, o que se perde são os benefícios, afirmou a defesa de Heleno, um dos que compõe o grupo dos réus do chamado “núcleo 1”.
O que eu questionei durante o depoimento do Mauro Cid é se ele corroborava a passagem em que ele menciona não ter conhecimento ou envolvimento de atuação operacional ou organizacional do general, e ele confirma, destacou Mayer.
Um dos pontos centrais da acusação é que ele não testemunhou nenhuma participação no planejamento ou organização por parte do general.
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Na terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para revogar a prisão perpétua imposta ao Cid, antigo assessor de ordens da Presidência.
De acordo com Moraes, a intervenção do tenente-coronel é “impertinente” neste momento do processo. A decisão ocorre um dia após os advogados de Bolsonaro protocolarem a solicitação de anulação, alegando que mensagens atribuídas a Cid em uma conta do Instagram comprometeriam a legalidade do acordo.
De acordo com a defesa, as mensagens sugerem que Cid realizou a delação sob coação e sem vontade própria, o que tornaria nulos os depoimentos e as provas obtidas com base neles.
O Supremo divulgou gravações atribuídas a Cid, enviadas por meio do Instagram através do perfil @gabrielar702. As mensagens foram incorporadas ao sistema do STF e revelam o militar expressando descontentamento com o abandono por parte de aliados e criticando o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Desde que firmou o acordo em 2023, que sustentou parte das provas apresentadas na investigação da Polícia Federal (PF) e na denúncia da PGR, Cid alterou ao menos cinco vezes a sua versão sobre o plano de golpe.
O Cid afirmou, em depoimento ao STF, não ter sofrido coação ou pressão para assinar o acordo de delação premiada.
Em depoimento, Moraes indagou o tenente-coronel sobre gravações publicadas pela revista Veja, nas quais ele alegava ter sido coagido a denunciar. Cid declarou que tal ocorrera em um momento de confidência com um amigo próximo e negou conhecimento de como as gravações foram divulgadas à imprensa.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.