Advogados sustentam que a fase de instrução penal chegou ao fim e que não existe mais risco a ser apresentado.
A defesa de Walter Braga Netto solicitou ao STF, na terça-feira (24.jun.2025), a revogação da prisão preventiva do ex-ministro após as diligências realizadas nesta manhã. O ex-ministro, preso em dezembro de 2024 sob suspeita de obstrução das investigações.
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O ministro Alexandre de Moraes ordenou a prisão suspeitando que Braga Netto tentou obter informações sobre o desம்பramento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Com base na defesa, o encerramento das ações implica o fim das diligências complementares e da fase de instrução penal. Dessa forma, não há investigação ou ato instrutório a ser protegido, eliminando o risco que justificou a anterior medida. Consulte a íntegra do pedido (PDF – 191 kB).
Braga Netto está detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio. Ele foi convocado a comparecer pessoalmente ao STF para a audiência de coerção com Mauro Cid. O propósito do ato é esclarecer discordâncias nos relatos dos dois.
Os advogados sustentam que o general obedeceu a todas as determinações de Moraes – utilização de tornozeleira eletrônica, proibição de manter contato com outras pessoas – e que isso comprova que “não há risco na revogação da prisão preventiva com eventual decretação de medidas cautelares alternativas, como o monitoramento eletrônico”.
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A defesa de Braga Netto já solicitou a revogação de sua prisão preventiva anteriormente. Contudo, os pedidos foram rejeitados por Moraes.
A acareação foi um pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil. O objetivo era esclarecer a dinâmica do encontro de 12 de novembro de 2022 na residência do general e a suposta entrega de dinheiro para o financiamento das operações do plano “Punhal Verde Amarelo”.
A sessão iniciou às 10h18, na sala de audiências do STF. Participaram o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República.
Cid relata que um plano de vigilância e eliminação de figuras de poder foi debatido em encontro realizado na residência de Braga Netto. Participaram militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”.
No seu depoimento ao STF, o general afirmou ter negado. Declarou que a reunião teve curta duração e visava apresentar os companheiros de Cid, e não discutir qualquer ação.
O tenente-coronel alegou ter recebido de Braga Netto, via general, 100 mil reais em uma sacola para custear as ações do plano. Segundo o delator, o dinheiro foi obtido por Braga Netto com empresários do agronegócio, após o PL recusar a liberação dos recursos.
O general refuta a versão de Cid e afirma não ter tido contato com empresários do setor nem solicitado recursos financeiros. Braga Netto foi preso em dezembro de 2025 após Cid prestar depoimento à Polícia Federal e relatar a entrega do valor.
O ex-ajudante de ordens também teria afirmado que o general contatou o pai, o general Lourena Cid, para obter informações sobre sua demissão.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também é réu na ação penal, passou por investigação com o ex-comandante do Exército Freire Gomes.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.