A defesa de Augusto Heleno busca atrair o general de Bolsonaro para que negue envolvimento em plano de golpe

O advogado Matheus Milanez alega que o militar passou a ter uma participação “meramente protocolar” no governo do ex-capitão a partir de 2021, e, por is…

03/09/2025 10:21

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A defesa de Augusto Heleno busca atrair o general de Bolsonaro para que negue envolvimento em plano de golpe
(Imagem de reprodução da internet).

No segundo dia do julgamento do núcleo central da trama golpista no Supremo Tribunal Federal, o advogado Matheus Milanez, responsável pela defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, buscou afastar seu cliente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e negou qualquer envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado.

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Segundo Milanez, Heleno desempenhou papel importante na campanha presidencial de 2018 e no início do governo, mas foi afastado do círculo de confiança do então presidente a partir de 2021, quando Bolsonaro se aproximou do Centrão. O advogado citou reportagens da época para enfatizar que o general deixou de exercer função de conselheiro político. Ele também destacou um depoimento de Mauro Cid perante a Polícia Federal em que o ex-ajudante de ordens afirmou que “o general Heleno foi cada vez menos demandado para despachar e assessorar o presidente”.

“Esta ausência é confirmada”, declarou Milanez, destacando que, caso a separação fosse completa, Heleno teria deixado o cargo, porém sua participação passou a ser “meramente protocolar”.

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A defesa

A defesa oral de Milanez foi dividida em três frentes principais:

Milanez também negou o envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência em ações golpistas. Ele afirmou que agentes experientes da instituição asseguraram a inviabilidade de tal infiltração.

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Em relação às declarações de Heleno sobre “virar a mesa” antes das eleições de 2022, o advogado afirmou que as falas foram “até certo ponto republicanas”, interpretando-as como um alerta de que nada poderia ser feito após uma eventual derrota de Bolsonaro nas urnas.

Milanez afirmou que o material conhecido como “caderneta golpista” era de uso pessoal e não tinha relação com conspirações contra a democracia. Testemunhas, incluindo o coronel Amilton, declararam não ter visto o documento em reuniões de natureza política. “Meros alegações sem arcabouço probatório”, concluiu.

O general é um dos oito réus julgados pela Primeira Turma do STF pela trama golpista. O julgamento iniciou na terça-feira e prossegue ao longo da manhã desta quarta. As sessões são transmitidas ao vivo pela CartaCapital.

Fonte por: Carta Capital

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.