O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, respondeu nesta quinta-feira 4 às alegações apresentadas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro em uma sessão no Senado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Tagliaferro, que coordenou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação durante o mandato de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, declarou à Comissão de Segurança Pública que seu ex-chefe adulterou documentos para justificar operações da Polícia Federal. O perito também afirmou que o ministro ordenava a produção de relatórios de monitoramento após supostos pedidos informais de “parceiros”.
Em nota, o ministro do STF afirmou que todos os procedimentos de investigação foram regulares. Acrescentou que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados e que estes foram repassados às autoridades competentes. “Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais.”
LEIA TAMBÉM!
Qual é o conteúdo do novo projeto de lei que propõe anistiar Bolsonaro e permitir sua participação em eleições em 2026?
O Exército mantém detido ex-soldado por crimes sexuais cometidos contra 14 militares
STJ decide recurso e autoriza ação de mulher que quer recuperar R$ 101 mil doados à Igreja Universal
Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviados à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF.
Acusado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de extinção do Estado Democrático de Direito, por violação de sigilo funcional, por corrupção no curso do processo e por obstrução de investigação envolvendo organização criminosa, Eduardo Tagliaferro reside na Itália e foi ouvido por videoconferência. Ele compareceu ao mesmo tempo ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no STF.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na avaliação do procurador-geral Paulo Gonet, o perito agiu em oposição à legitimidade do processo eleitoral brasileiro e atuou para comprometer as investigações de atos antidemocráticos ao divulgar mensagens relacionadas a Moraes. O ministro solicitou a extradição do ex-assessor, porém o pedido ainda não foi analisado. Durante a oitiva no Senado, Tagliaferro declarou não ter intenção de retornar ao Brasil por temer pela sua vida.
Fonte por: Carta Capital