A declaração de Mauro Cid contra Bolsonaro na semana que antecedeu o julgamento do processo do Operação Lava Jato

O tenente-coronel recorreu a Moraes para preservar o acordo de delação premiada.

27/08/2025 18:54

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(Imagem de reprodução da internet).

O tenente-coronel Mauro Cid solicitou, na quarta-feira 27, que o Supremo Tribunal Federal reitere a validade de seu acordo de delação premiada. No documento, o militar critica a atuação da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro Walter Braga Netto (PL).

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A acusação se dirige ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Cid, Bolsonaro, Braga Netto e mais cinco réus integram o chamado núcleo crucial da trama, que irá a julgamento na Primeira Turma do STF a partir da próxima terça-feira.

Cid ressalta ter celebrado o acordo de cooperação de maneira livre, consciente e voluntária.

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Contudo, em evidente tentativa de desestabilizar o curso do processo penal e frustrar a busca pela verdade efetiva, certos atos defensivos – sobretudo os praticados pelo ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro e pelo General Walter Souza Braga Netto – passaram a alegar a nulidade do acordo de delação premiada celebrado por Mauro Cid.

A defesa de Cid alega que não existe ata supostamente registrada em cartório que comprovasse diálogos de seu cliente com o advogado Eduardo Kuntz, representante do coronel Marcelo Câmara, no processo do golpe.

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A suposta conversa via Instagram, se comprovada, poderia questionar a manutenção do acordo de Cid, por constituir uma violação dos termos.

Ao G1, Kuntz negou a alegação de Cid sobre irregularidades na ata. “Sempre declarei que se tratava de uma minuta. Não houve registro por falta de recursos, isso sempre foi afirmado. Consta do auto de investigação defensiva. Não vejo fato novo algum.”

Cid solicitou ao STF o reconhecimento da “absoluta inexistência” e da “inidoneidade jurídica” da suposta ata notarial, além da reafirmação da validade e da eficácia da mesma, com base no argumento de que não há “qualquer elemento concreto ou legítimo que justifique sua desconstituição”.

Os advogados Cezar Bitencourt, Vania Bitencourt e Jair Pereira assinam a peça.

Fonte por: Carta Capital

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.