A conquista do tricampeonato celebra 55 anos e é uma das maiores conquistas da seleção

O tricampeonato mundial do Brasil assegurou o título definitivo da Taça Jules Rimet.

20/06/2025 9:05

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México, Distrito Federal, Cidade do México, 21/06/1970. Jogadores comemoram o quarto gol marcado pela Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 70 contra a italiana. O gol foi marcado por Carlos Alberto Torres, lateral-direito e capitão da equipe. Este tento sacramentou a vitória canarinha por 4 a 1 e garantiu o terceiro título mundial para o Brasil. - Crédito:ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:14143
México, Distrito Federal, Cidade do México, 21/06/1970. Jogadore...

Naquele sábado (21), celebrou-se uma das maiores conquistas da história da seleção brasileira: o icônico tricampeonato mundial de futebol. O Brasil vivia em êxtase naquele domingo de junho de 1970. Eram por volta das cinco da tarde, quando Geraldo José de Almeida proferia: “Viva feliz minha terra dourada, porque essa conquista ninguém poderá esquecer”. O rádio também transmitia a Jovem Pan, com os comentários dos narradores. Joseval Peixoto exclamava: “Essa deusa de ouro de braços erguidos. Essa deusa tão jovem, com velhas histórias, erguida para o alto, para o céu do Brasil”.

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A Taça Jules Rimet, agora sob posse definitiva da seleção brasileira, era como se nos últimos 90 milhões de brasileiros assistíssemos à apresentação de uma orquestra. Foi, sem dúvida, o maior espetáculo de futebol de todos os tempos. O maestro, então com 29 anos, considerado o Rei do futebol, atingiu o auge da técnica, da experiência e da genialidade. A goleada sobre a Itália por 4 a 1 representou o ápice de Pelé e do melhor futebol do mundo. O confronto, no Estádio Azteca, na Cidade do México, encerrou uma campanha impecável: 6 jogos e 6 vitórias. Foram marcados 19 gols e sofridos 7.

Naquele domingo marcante, acordei por volta das oito da manhã e segui à risca a música “Sou Tricampeão”, dos Golden Boys: “Eu hoje, igual a todo brasileiro/Vou passar o dia inteiro/Entre faixas e bandeiras coloridas/Parece, até que eu estava em campo (…). Eu morava no bairro da Bela Vista, em São Paulo, e, ansioso, fui jogar bola na rua com meus amigos. Depois, almocei com meus pais e fui para frente da televisão, ainda com imagens em preto e branco. O jogo começou às 15h. Aquela Copa é marcante do ponto de vista das comunicações: pela primeira vez, o mundo assistiu a um mundial ao vivo, via satélite. A transmissão, a partir do México, já vinha em cores, mas poucos aparelhos tinham a tecnologia.

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O relato que apresento é praticamente totalmente verdadeiro: o Brasil conquistou o título, aquela seleção é até hoje vista pela mídia esportiva mundial como a melhor de todos os tempos e a Copa de 1970, no México, também é considerada a melhor da história. A parte fictícia reside no fato de eu não ter nascido; nasci em 1976, seis anos depois. Contudo, antes mesmo de me tornar jornalista, eu já possuía uma obsessão por investigar o passado, sendo um fãático pela história das Copas e, principalmente, pela seleção de 1970. Naquela época pré-internet, no início dos anos 90, eu telefonava insistentemente para as emissoras de TV solicitando gravações das partidas do Brasil. Após obter os seis jogos, procurei os demais 26 daquele Mundial e consegui. Perdi a conta de quantas vezes os assisti, sobretudo aos jogos do time brasileiro, treinado por Zagallo, que enfrentou Tchecoslováquia, Inglaterra, Romênia, Peru, Uruguai e Itália.

Na época escolar, reduzi um relatório aproximado de 20 páginas sobre o desempenho da seleção em 1970. O primeiro livro sobre os Mundiais de futebol que li foi “As Copas que ninguém viu”, de Solange Bibas. Bibas detalhava, por exemplo, os bastidores das Eliminatórias em 1969, quando a seleção ainda era comandada pelo polêmico e genial João Saldanha. Enquanto o homem pisava na Lua pela primeira vez, as “Feras de Saldanha” estavam concentradas para os duelos contra Colômbia, Venezuela e Paraguai.

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A seleção brasileira garantiu sua vaga, com destaque para Tostão, principal artilheiro com dez gols, e assegurou o acesso ao México. Saldanha foi afastado, pelas razões que até o momento não foram totalmente explicadas. Zagallo tomou posse à frente da equipe, reuniu jogadores de alto nível do futebol brasileiro e obteve a conquista do título da Copa. O marco do tricampeonato celebra seus 55 anos.

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.