O presidente da China, Xi Jinping, solicitou às principais autoridades da União Europeia que “lidem de forma adequada com as diferenças e atritos”, ao criticar as recentes ações comerciais de Bruxelas contra Pequim, em uma cúpula tensa dominada por comércio e pela guerra na Ucrânia.
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A cúpula na capital chinesa, que celebrava 50 anos de relações diplomáticas, teve expectativas limitadas, após semanas de crescente tensão e disputas que resultaram na sua duração ser reduzida abruptamente para um único dia, por solicitação de Pequim.
Os desafios contemporâneos que a Europa enfrenta não decorrem da China, afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, presidente do Conselho Europeu, durante sua visita ao país, conforme reportado pela agência de notícias estatal Xinhua.
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Ele solicitou que a UE assegurasse a cooperação aberta e lidasse adequadamente com as divergências e tensões, após von der Leyen ter anteriormente defendido um ajuste nos vínculos comerciais com a segunda maior economia do mundo, afirmando que as relações estavam em um “ponto de inflexão”.
A melhoria da competitividade não pode se basear na “construção de muros e fortalezas”, acrescentou Xi, segundo a Xinhua. “Desacoplar e quebrar cadeias só resultará em isolamento”.
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Espera-se que a União Europeia mantenha o mercado de comércio e investimento aberto e evite utilizar instrumentos econômicos e comerciais restritivos, afirmou Xi.
As ações comerciais da UE no ano passado visavam as exportações chinesas de veículos elétricos, entre outros produtos, e suas autoridades têm reclamado repetidamente do excesso de capacidade industrial chinesa.
Xi também advertiu os líderes da UE para que “façam escolhas estratégicas corretas”, em uma nova crítica velada à recente postura agressiva de Bruxelas em relação à China.
À medida que nossa cooperação se aprofundava, também aumentavam os desequilíbrios, afirmou von der Leyen a Xi durante a reunião no Grande Salão do Povo em Pequim, segundo um relato.
“Chegamos a um momento crucial”, declarou ela, solicitando que a China apresentasse soluções concretas.
A discussão girava em torno do déficit comercial da União Europeia com a China, que atingiu um valor histórico de 305,8 bilhões de euros no ano anterior.
Acreditamos que ampliar o acesso das empresas europeias ao mercado chinês, restringir o impacto de intervenções externas e diminuir os controles de exportação são medidas importantes, afirmou von der Leyen ao primeiro-ministro Li Qiang em seguida.
Ela classificou seu encontro com Xi como “excelente”.
As partes também divulgaram uma declaração conjunta sobre o clima, reafirmando seu compromisso com novos planos de ação climática em toda a economia.
Costa afirmou que as autoridades da UE debateram amplamente suas previsões de que a China dissuadisse a Rússia em seu conflito na Ucrânia.
Costa solicitou à China que exercesse sua influência sobre a Rússia para que respeitasse a Carta das Nações Unidas e cessasse sua guerra de agressão.
O período anterior à cúpula foi caracterizado por conflitos comerciais e uma postura europeia confrontacional, incluindo a acusação de von der Leyen, em 8 de julho, de que a China estaria sobrecarregando os mercados internacionais devido ao seu excedente de capacidade e “permitindo a economia de guerra da Rússia”.
Ela adotou, em uma publicação no X, um tom mais conciliador nesta quinta-feira, afirmando que a liderança oferecia uma oportunidade de progredir e ajustar nosso relacionamento.
Fonte por: CNN Brasil