A proteção adotada pelos Estados Unidos está prejudicando a cooperação agrícola com a China, afirmou o embaixador de Pequim em Washington, alertando que os agricultores não devem suportar o custo da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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Não é preciso dizer que o protecionismo é desenfreado, lançando uma sombra sobre a cooperação agrícola entre China e EUA, afirmou Xie Feng, de acordo com a transcrição de um discurso publicado pela embaixada chinesa no sábado (23).
A agricultura emergiu como um importante motivo de discordância entre China e EUA, considerando que as superpotências estão imersas em uma guerra tarifária iniciada pelo presidente Donald Trump.
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Em março, a China aplicou tarifas que chegavam a 15% sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas e alimentos americanos como retaliação às tarifas abrangentes dos Estados Unidos.
Washington e Pequim ampliaram, em outubro, um cessar-fogo de 90 dias, prevenindo impostos de três dígitos sobre as mercadorias um do outro.
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As exportações agrícolas dos EUA para a China diminuíram 53% no primeiro semestre do ano em comparação com o mesmo período de 2024, com uma queda de 51% na soja, afirmou Xie em um evento da indústria da soja em Washington na sexta-feira.
“Os agricultores americanos, assim como seus colegas chineses, são trabalhadores e humildes”, disse Xie. “A agricultura não deve ser sequestrada pela política, e os agricultores não devem ser obrigados a pagar o preço de uma guerra comercial.”
O embaixador declarou que a agricultura representa uma área promissora de cooperação e um “pilar das relações bilaterais”.
A China possui vantagem comparativa em produtos intensivos em mão de obra, enquanto os Estados Unidos se destacam em commodities a granel intensivas em terra, devido à produção mecanizada em larga escala.
Em dezembro passado, a Secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, afirmou que Washington limitaria as aquisições de terras agrícolas por parte de “adversários estrangeiros”, como a China.
O Departamento de Agricultura anunciou a demissão de 70 pesquisadores estrangeiros contratados após uma análise de segurança nacional, visando proteger o abastecimento de alimentos dos Estados Unidos de potenciais ameaças, como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã.
Ele ignorou as preocupações dos Estados Unidos. “Os investidores chineses detêm menos de 0,03% das terras agrícolas dos EUA, então de onde vem a alegação de ‘ameaçar a segurança alimentar dos EUA’?”, disse ele, classificando as restrições americanas como “manipulação política”.
Exportadores de soja dos EUA correm o risco de perder bilhões de dólares em vendas para a China neste ano, uma vez que as negociações comerciais se arrastam e compradores do maior importador de oleaginosas garantem cargas do Brasil para embarque durante a importante temporada de comercialização nos EUA.
Fonte por: CNN Brasil