A China afirma que os Estados Unidos estão gerando instabilidade no ambiente marítimo global

Em fórum da ONU, representante afirma que os Estados Unidos buscam vantagens por meio de leis do mar sem assumir compromissos.

26/06/2025 5:01

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USDA Photo by Lance Cheung.
USDA Photo by Lance Cheung.

O representante da China na 35ª reunião da CNUDM (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar), Geng Shuang, declarou nesta quinta-feira (26.jun.2025) que os Estados Unidos adotam uma postura “oportunista” em relação às regras marítimas estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

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O diplomata chinês acusou os Estados Unidos de interromper a ordem marítima internacional ao defender cláusulas da convenção marítima que lhes favorecem, apesar de não serem membros da Organização Marítima Internacional.

Os Estados Unidos demonstram oportunismo ao aproveitar as normas da ONU, afirmou Geng em pronunciamento no evento. “os EUA buscam colher os benefícios institucionais da ONU sem cumprir suas obrigações”, declarou.

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A CNUDM, também chamada de “lei do mar”, foi estabelecida na década de 1980. Sua aplicação completa começou em 1994. Mais de 169 países e blocos, como a UE (União Europeia), são signatários das regras marítimas. Os EUA não assinaram a convenção.

O texto estabelece diferentes modalidades de zonas marítimas, incluindo o mar territorial de cada país, zonas econômicas exclusivas e águas internacionais.

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De acordo com a perspectiva do governo chinês, os Estados Unidos representam uma ameaça à operação regular de hidrovias internacionais, como os canais do Panamá e do Suez, em uma tentativa de exercer controle sobre rotas marítimas estratégicas.

Desde que assumiu seu segundo mandato na Casa Branca em 20 de janeiro deste ano, o presidente Donald Trump (Partido Republicano) declarou que deseja ampliar a influência dos Estados Unidos no Canal do Panamá.

Em fevereiro, Trump ameaçou assumir o controle do estreito que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, posteriormente suavizando a postura em abril e admitindo a soberania do Panamá sobre o canal.

Em abril, declarou que navios com registro nos Estados Unidos deveriam poder transitar sem restrições pelos canais do Panamá e do Suez.

Outra reclamação dos chineses é que a Casa Branca politiza a instalação de cabos submarinos em alto mar, ainda que essa seja uma das seis liberdades do alto-mar estabelecidas na CNUDM.

Geng afirmou que o mundo observa a postura pragmática dos Estados Unidos em relação à CNUDM e sua conduta hegemônica em questões marítimas.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.