A celebração do Dia dos Avós evidencia como os vínculos intergeracionais contribuem para o bem-estar psicológico na terceira idade

Aos 60 anos, Dona Natercia tornou-se mãe novamente ao cuidar de seus netos; o contato próximo com a família é essencial para manter a saúde mental e cog…

26/07/2025 6:35

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A celebração do Dia dos Avós evidencia como os vínculos intergeracionais contribuem para o bem-estar psicológico na terceira idade
(Imagem de reprodução da internet).

Ser avó é ser mãe duas vezes. No caso de Natercia Zerboni da Costa, de 88 anos, essa é uma realidade. Conhecida como Dona Natercia, ela repetiu o papel de mãe ao cuidar de seus netos, Caterine e Adelson, que têm 25 e 17 anos, respectivamente.

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Sua filha tornou-se mãe jovem e, com desafios na criação dos filhos, Dona Natercia passou a cuidar dos pequenos em tempo integral após completar 60 anos. “Não foi fácil, mas foi com muito amor e carinho e, graças a Deus, eu fui conseguindo e voltei a ser mãe”, relata à CNN.

Com o passar dos anos, Dona Natercia acredita ter desempenhado um papel positivo como avó-mãe. Adelson também concorda com essa avaliação. “Tenho muito orgulho de ter sido criado por ela, eu não desejo nada diferente disso”, afirma. “Minha avó foi uma mulher muito independente, que sempre buscou seguir a própria vida e realizar suas atividades de forma autônoma, e ser criado por uma mulher assim me proporcionou muitas qualidades”, completa.

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Atualmente, Adelson acompanha a avó em diversas atividades do dia a dia, como forma de agradecimento. “Ela permanece uma mulher muito independente. Ela tem 88 anos e ainda dirige, vai à praia e pratica exercícios sozinha. Mas estamos retribuindo os cuidados com a companhia e alguns auxílios, sobretudo no que se refere à tecnologia”, relata.

A vida em família e em sociedade, juntamente com os vínculos emocionais, são de grande relevância para a saúde mental do idoso. Pesquisas já demonstraram que o isolamento na terceira idade eleva o risco de doenças como depressão, ansiedade e demência.

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O estudo, divulgado na revista Nature Mental Health no ano passado, revelou que a solidão na terceira idade eleva em 31% o risco de demência e em 15% a probabilidade de declínio das funções cognitivas, incluindo memória e atenção.

A solidão aumenta a tristeza, causa dificuldades de memória devido à falta de interação social, desencadeia sintomas depressivos e leva à diminuição da atividade física, conforme explica Roni Mukamal, médico geriatra e superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior, da CNN. “É um problema de saúde pública.”

A Organização Mundial da Saúde já considera o isolamento social uma verdadeira epidemia, impactando um a cada quatro adultos. Segundo a entidade, o isolamento pode elevar em 25% o risco de óbito, em 50% o risco de demência e em 30% o risco de doença cardiovascular.

O cérebro possui plasticidade e opera como um músculo: quanto mais o estimulamos, mais ele hipertrofia, afirma Mukamal. Nós precisamos estimular o cérebro, e isso é feito não somente estudando, mas tendo curiosidade, conversando com pessoas diferentes, vivendo desafios. Tudo isso mantém as funções cognitivas preservadas, explica.

As emoções e os vínculos afetivos são importantes fatores protetores da cognição no idoso, uma vez que geram substâncias positivas no cérebro, segundo o geriatra. “Quando ele convive com outras pessoas, ele se sente pertencente à sociedade”, afirma.

Esse convívio também deve ocorrer com outras gerações, assim como Dona Natercia e Adelson. “Essa troca de gerações é muito benéfica para incluir o idoso nas pautas atuais da sociedade, nas tecnologias recentes e com as mudanças que ocorrem”, avalia Mukamal. “A troca de duas gerações é fantástica porque permite um aprendizado do idoso com o jovem, e do jovem com o idoso”, completa.

É necessário fornecer suporte, sem comprometer a independência.

A atenção e o suporte físico e emocional são relevantes para a saúde e o bem-estar do idoso, contudo, é necessário também assegurar que ele mantenha sua autonomia, sobretudo quando não há restrições decorrentes de doenças ou condições neurológicas, como Alzheimer ou Parkinson.

“O idoso não é uma criança. Ele já viveu tudo o que tinha para viver, portanto é preciso respeitar sua autonomia”, afirma Mukamal. Para isso, é preciso alcançar um equilíbrio: manter-se vigilante e próximo do idoso, mas não interferir no que ele consegue (e quer) fazer sozinho.

Para alcançar essa harmonia, são cruciais algumas ações. A primeira delas é agir antecipadamente: não aguardar que o idoso solicite auxílio, mas sim oferecer a assistência. Outro ponto importante é permanecer engajado, estabelecendo uma rotina com ele, como agendar visitas regulares, e verificar se os tratamentos médicos estão sendo realizados adequadamente, conforme orientação do geriatra.

Eles fazem companhia a Dona Natercia em todos os lugares em que ela precisa ir, justamente porque uma pessoa de 88 anos necessita de alguém disponível para qualquer eventualidade ou imprevisto. No entanto, honestamente, ela ainda cuida mais de nós do que nós dela, relata o neto.

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Fonte por: CNN Brasil

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