A CDHU ordenou a demissão de um funcionário após ele proferir a frase “sem anistia” direcionada a Tarcísio
Ivan Paixão foi dispensado de uma consultoria que atendia à estatal do governo paulista.
Um consultor que trabalhava para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, a CDHU, órgão estatal do governo de São Paulo, foi demitido após proferir “sem anistia” em direção ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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O economista Ivan Paixão, de 40 anos, informou à CartaCapital que o incidente ocorreu em 5 de setembro, data em que o governador compareceu à Bolsa de Valores, no centro da capital, para participar do leilão do lote de rodovias Paranapanema.
O empregado relatou que consumia café com um colega em um estabelecimento de alimentação ao observar a passagem de Tarcísio acompanhado de sua equipe. “Quando ele passou, exclamei algumas vezes”, afirmou, em sinal de repúdio à tentativa de anistia em relação aos envolvidos no dia 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Ivan, o governador respondeu com um gesto.
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Ivan Paixão acredita que, em breve, um dos membros da equipe de Tarcísio se sentou à frente da mesa onde estava e utilizou o celular. O funcionário compreende que pode ter sido fotografado naquele instante.
Em 8 de setembro, foi solicitado ao indivíduo comparecer à Fipe, onde prestava consultoria. Durante a conversa, o superior informou que o presidente da CDHU, Reinaldo Iapequino, havia solicitado sua demissão imediata.
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Ivan informou à reportagem que tomou conhecimento de que a ordem de desligamento teve origem no gabinete de Tarcísio. Ele trabalhava há um ano e meio na consultoria e, mais recentemente, participava do plano de desenvolvimento urbano e habitação do estado.
Sentiu-se muito mal, com um sentimento de medo. Não sabe que tipo de informações foram levantadas a seu respeito e como isso foi feito, declarou. “Essas pessoas falam tanto em liberdade de expressão e fazem exatamente o oposto. Nunca imaginei que passaria por isso.”
O clima de “caça às bruxas” aumentou entre empresários e empregadores bolsonaristas, principalmente após o assassinato do ativista de extrema-direita Charlie Kirk, nos Estados Unidos. Na semana passada, a gestão do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), dispensou um produtor do Teatro Municipal que supostamente publicou uma mensagem crítica ao influenciador norteamericano.
A CartaCapital contatou a Fipe para se manifestar sobre o tema e aguarda retorno. Solicitou, ainda, informações acerca do caso envolvendo o CDHU e ao gabinete de Tarcísio. A questão permanece em aberto.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












