A CBF não propôs acordo a Bruno Henrique devido à preocupação com a possibilidade de fraudes envolvendo sua naturalização

A entidade apontou o atleta do Flamengo por fraude esportiva e ato de estelionato; o estabelecimento de um acordo de desistência das acusações não foi considerado.

12/06/2025 11:03

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A CBF não propôs acordo a Bruno Henrique devido à preocupação com a possibilidade de fraudes envolvendo sua naturalização
(Imagem de reprodução da internet).

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se mostrou inflexível ao não oferecer qualquer acordo, conforme solicitado pelo réu Bruno Henrique, denunciado por fraude esportiva e estelionato na Operação Spot-Fixing, na última quarta-feira (11).

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A denúncia, da autoria do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), fundamenta-se em inquérito da Polícia Federal que apontou que o jogador teria cometeu cartão amarelo em confronto contra o Santos, em novembro de 2023, visando favorecer apostas realizadas por familiares e amigos.

Bruno Henrique não foi incluído nas negociações de acordo de não persecução penal. O Ministério Público alega que o jogador já havia se beneficiado de uma medida similar em outro processo e, adicionalmente, a solução proposta não seria suficiente para a reprovação e prevenção do crime, considerando que a conduta do acusado foi considerada grave do ponto de vista simbólico e social.

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Não há margem para abrandar a conduta criminosa atribuída a Bruno Henrique e seu irmão Wander Nunes em relação ao planejamento e à execução da fraude.

A acusação sustenta que uma reação branda ao caso poderia normalizar a prática de fraudes no setor esportivo, considerando a “explosão no consumo de serviços de apostas online” e o “aumento do número de pessoas com dependência de jogos de azar”.

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Permitir que um atleta como Bruno Henrique escapasse de responsabilização poderia legitimar uma cultura de “vale tudo”, levando à “banalização ou tolerância” de condutas ilícitas, o que incentivaria novos delitos, gerando uma “verdadeira babel”.

Se o ídolo investiu neste nicho ilícito e pode obter uma resposta branda do Poder Judiciário, a expectativa daqueles que neles se inspiraram será a mesma. tende-se a formatar uma cultura de naturalização de fraudes esportivas e estelionatos, sustenta o MP.

A denúncia destaca que, por ser atleta de expressão nacional e jogador do clube com a maior torcida do país, Bruno Henrique é considerado um exemplo a ser seguido por torcedores – incluindo jovens e crianças –, o que poderia levar à impunidade a ser vista como um incentivo à prática de jogos de azar e até à consumação de golpes em plataformas de apostas.

Ademais, os promotores destacam que o atleta teria se envolvido no crime “de livre e consciente” maneira, apesar de ter tido condições para se manter distante.

Apesar de ser um atleta bem-sucedido, rico, com carreira consolidada e popular entre muitos torcedores, e ainda não necessitando de qualquer vantagem econômica, além de possuir condições financeiras para auxiliar seus familiares que também incorreram nas práticas delitivas descritas na peça acusatória, Bruno Henrique cometeu os crimes que lhe são imputados, o que evidencia que uma solução negocial é efetivamente inepta para fins de reprovação e prevenção do crime.

O Ministério também critica veementemente o fato de o jogador ter atuado como garoto-propaganda de uma casa de apostas durante a fraude, considerando o comportamento como “contraditório e altamente reprovável”, uma vez que teria utilizado de suas informações privilegiadas para “ultrajar e prejudicar o setor que lhe financiou”. Nesse sentido, esperava-se que ele “agisse como um exemplo no combate às fraudes”.

Ademais de Bruno Henrique, foram denunciadas outras oito pessoas, entre elas seu irmão Wander Nunes Pinto. Somente um dos investigados, Douglas Ribeiro Pina Barcelos, concordou em celebrar um acordo de não persecução penal com o Ministério Público, após apresentar confissão extrajudicial.

Ludymilla Araújo Lima, Poliana Ester Nunes Cardoso, Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Max Evangelista Amorim também receberam a proposta, porém a recusaram.

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.