A Casas Bahia registrou prejuízo no segundo trimestre devido à alta nos juros
A empresa identifica chances para o setor varejista considerando as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.

A Casas Bahia anunciou nesta quarta-feira (13) uma perda líquida de R$ 555 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 37 milhões obtido no ano anterior, em resultado impactado por juros altos e por um desempenho negativo na comparação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Apesar da evolução operacional no período, o desempenho foi negativo, com o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado em crescimento de 26,5% no comparativo anual, atingindo R$ 572 milhões, conforme relatório de resultados.
O diretor financeiro da Casas Bahia, Elcio Ito, afirmou em entrevista à Reuters que “tem um evento importante dos juros, de um CDI médio de 10,5% no ano passado para 14,5% este ano”.
Leia também:

O executivo afirma manter a confiança na estratégia após o Banco Central bloquear a aquisição pelo Banco do Brasil

A GPA realizará assembleia em outubro para eleição de novos diretores

Banco Central reprova aquisição do Master pela BRB
A empresa varejista apresentou prejuízo financeiro de R$ 1,15 bilhão no segundo trimestre deste ano, aumento em relação ao resultado negativo de R$ 42 milhões registrado no mesmo período de 2024.
Ito também destacou a importância da base de comparação, considerando que o desempenho financeiro da empresa no segundo trimestre do ano anterior foi favorecido por um ganho contábil não recorrente de R$ 637 milhões, proveniente do reestruturamento da dívida.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A fundamentação é bastante inadequada, apresentando grande desvio quando se compara o resultado financeiro deste ano com o do ano anterior.
Apesar do contexto econômico desafiador, Ito afirmou identificar inúmeras possibilidades para o comércio varejista decorrentes das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos de vários países, como o Brasil.
“Estou dando um exemplo: se os chineses já tinham apetite, já estavam entrando muito forte no Brasil até antes dessas questões das tarifas, ainda mais agora.”
Na segunda trimestre, a Casas Bahia registrou um aumento de 6% na receita líquida, atingindo R$ 6,87 bilhões, além de uma diminuição de 2,9% nas despesas gerais e administrativas, que somaram R$ 1,57 bilhão entre abril e junho.
O volume de negócios do grupo subiu 7,6% em comparação com o segundo trimestre de 2024, com incrementos de 6,1% nas vendas utilizando produtos próprios e 16,2% no marketplace.
Nas lojas físicas, o GMV bruto atingiu R$ 6,3 bilhões, com um aumento de 5,8%, apesar do fechamento de 30 lojas nos últimos 12 meses, incluindo 22 apenas no segundo trimestre. O crescimento no conceito de mesmas lojas foi de 6,7%.
Em outubro, a Casas Bahia anunciou uma reestruturação de dívidas que resultou no controle da empresa pela gestora Mapa Capital, com uma participação de 85,5% do capital social, um movimento que, segundo o CFO, não deve alterar os planos da empresa.
“A Mapa Capital entra para dar continuidade no plano de transformação, então não vislumbramos nenhuma mudança relevante na estratégia da companhia”, declarou.
Observo que temos agora um controlador relevante, o valor de mercado da companhia é hoje significativamente diferente e menos vulnerável do que era na estrutura acionária anterior.
A Casas Bahia estendeu uma dívida até 2027, o que “provariá alívio financeiro nos próximos períodos”, informou a empresa em comunicado à imprensa.
As medidas implementadas reduziram em 40% a dívida líquida e diminuíram a relação dívida líquida/EBITDA de 1,8 vez para 1,1 vez, acrescentou, estimando alívio de R$400 milhões no caixa nos próximos dois anos.
O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.