A capital paulista necessita de 600 mil m² de novos espaços de escritórios até 2027, segundo levantamento
Consultoria prevê equilíbrio entre oferta e demanda, com desenvolvimento dos empreendimentos A e A+ e redução da taxa de vacância.

O mercado de escritórios corporativos de São Paulo entra em um novo ciclo de expansão. Até 2027, a capital paulista deve receber 600 mil metros quadrados de novas áreas locáveis, conforme projeção da consultoria RealtyCorp. O volume, similar ao pico de entregas registrado em 2013, aponta para uma retomada significativa do setor e um reordenamento da ocupação no segmento de alto padrão.
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A projeção foi apresentada por Marcos Alves, CEO da RealtyCorp, em reunião de análise, ocorrida em maio. São Paulo possui 17,4 milhões de metros quadrados de escritórios, dos quais 70,8% são de uso corporativo, compreendendo edifícios das categorias A+, A e outros.
A taxa média de vacância no primeiro trimestre de 2025 atingiu 17,57%, com tendência de declínio. O movimento é motivado por uma economia mais estável e pela recuperação progressiva da demanda, notadamente por imóveis contemporâneos e bem situados.
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A ocupação deve crescer em sintonia com o PIB.
A consultoria projeta que o setor apresente um crescimento médio de 2% ao ano até 2027, em linha com a dinâmica da atividade econômica. Com uma área ocupada atualmente em torno de 10 milhões de metros quadrados, a taxa de absorção líquida estimada é de 200 mil metros quadrados por ano, o que garante o equilíbrio entre a nova oferta prevista para o mesmo período.
A projeção demonstra um cenário de estabilidade no médio prazo. A absorção deverá acompanhar as entregas e manter a vacância em níveis controlados, conforme afirma Marcos Alves.
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Empresas se transferem para edifícios de elevado padrão.
Uma das principais observações do estudo é a transferência de empresas de imóveis das classes B e C para edifícios mais recentes, com certificações, infraestrutura tecnológica e localização estratégica. Esse processo aumenta a procura por espaços das classes A e A+, elevando o padrão do parque imobiliário.
Atualmente, mais de 500 mil metros quadrados de projetos A e A+ estão em desenvolvimento. As áreas da Nova Faria Lima, Pinheiros e Chucri Zaidan constituem os principais polos da expansão corporativa, concentrando a maior parte dos lançamentos.
A dinâmica do mercado está diretamente relacionada ao desempenho da economia. Em 2025, prevemos uma desaceleração da taxa de ocupação em linha com o PIB. No entanto, para 2026 e 2027, a expectativa é de retomada mais acelerada, com possibilidade de crescimento acima da média da economia, avalia o CEO da RealtyCorp.
Alteração no perfil de ocupação
O relatório RealtyCorp Analytics – 1º trimestre de 2025 também identificou uma mudança relevante no comportamento do mercado: os edifícios classificados como “Corporate Outros” (categorias B e C) registraram absorção líquida negativa, após um ciclo de estabilidade desde 2022. Por outro lado, os prédios de padrão A e A+ continuam em trajetória de alta.
A cidade de São Paulo apresentou um saldo líquido de 70.714 m² no período, notadamente por projetos que unem eficiência, localização e elevado padrão construtivo.
O setor se prepara para uma nova fase.
A união de entregas de qualidade, a transição para imóveis de padrão superior e o aumento da ocupação indicam um novo cenário do mercado de escritórios em São Paulo. A expectativa da RealtyCorp é que, mesmo com prudência em 2025, o setor apresente crescimento acelerado em 2026 e 2027, impulsionado por um interesse renovado de inquilinos e investidores.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.