A campanha presidencial no Chile: comunista e candidato da extrema-direita são os favoritos
Jeannette Jara e José Antonio Kast lideram as pesquisas para a sucessão de Gabriel Boric.
Um candidato de extrema-direita e um comunista surgem como favoritos para as eleições presidenciais do Chile em 16 de novembro, após o encerramento do período de inscrição de concorrentes que buscam substituir o presidente Gabriel Boric (esquerda).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ao menos seis candidatos formalizaram suas campanhas antes do prazo final, que expirou às 18h desta segunda-feira.
José Antonio Kast e Jeannette Jara lideram as pesquisas, sendo o primeiro de extrema-direita e a segunda comunista.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A disputa pelo terceiro lugar envolve a ex-prefeita direitista Evelyn Matthei e o economista Franco Parisi, criticado por seus opositores como populista.
Estudos indicam uma competição intensa entre Kast e Jara, posicionados nas posições mais opostas do cenário político.
Leia também:
Reino Unido impõe 90 novas sanções à infraestrutura petrolífera da Rússia e terminais na China
Venezuela denuncia EUA por facilitar narcotráfico no Caribe e ignora o Pacífico
Cortes de financiamento podem deixar 13,7 milhões em fome extrema, alerta PMA sobre Haiti, Somália e Sudão
Uma nova polarização emerge para o Chile, afirma Mireya Dávila, analista e acadêmica da Universidade do Chile, em declaração da AFP.
Atualmente, os chilenos demonstram maior sensibilidade em relação à segurança, ao contrário de 2021, quando o então deputado de esquerda Gabriel Boric derrotou Kast no segundo turno presidencial.
A demanda da população era por uma transformação abrangente em um país tão próspero quanto marcado por disparidades, após os distúrbios sociais de 2019.
Boric iniciou seu governo com a intenção de reformar a Constituição, porém não obteve sucesso na tentativa conduzida pela esquerda radical. Um segundo processo, liderado pela extrema-direita, também não alcançou resultados.
id=”Novo cenário”>Novo cenário
No início da campanha, Kast defendeu as posições de quem clama por medidas rigorosas no combate ao crime organizado.
Com sua terceira candidatura presidencial, prometeu a recuperação de cada bairro e espaço público.
Com 59 anos, Kast é um político sóbrio e pragmático. Não possui a veemência de líderes de extrema-direita que admira, como Jair Bolsonaro ou o argentino Javier Milei.
Prometeu “um governo de emergência” para “resgatar” o Chile. “Não se preocupem, tudo vai dar certo”, costuma dizer Kast no encerramento de seus discursos.
Seu principal concorrente é uma advogada comunista de 51 anos, que faz sua estreia como candidato.
Jeannette Jara alcançou destaque público como ministra do Trabalho no governo Boric, negociando com a direita significativas reformas trabalhistas, incluindo a diminuição da jornada de 45 para 40 horas semanais.
Ela conduz uma vasta aliança que abrange desde o Partido Comunista até a Democracia Cristã, após obter a vitória na primária de 29 de junho.
Dávila afirma que o principal problema da candidatura de Jara é como conseguirá se estabelecer como líder de seu partido e da coalizão de apoio.
Jara tem se reiterado em se declarar como candidata de centro-esquerda e não do Partido Comunista, com quem já teve divergências públicas sobre os governos da Venezuela e de Cuba.
id=”A disputa pelo terceiro lugar”>A disputa pelo terceiro lugar
Evelyn Matthei e Franco Parisi figuram, conforme estudos, como principais concorrentes ao terceiro lugar.
Com 71 anos, Matthei é a candidata com maior trajetória política entre os concorrentes. Ela liderava as pesquisas até alguns meses atrás, mas perdeu força para Kast.
Manter-se no topo das pesquisas gera desgaste, reconhece Paula Daza, porta-voz de sua campanha, da AFP.
Parisi causou surpresa nas eleições de 2021 ao obter o terceiro lugar, conduzindo uma campanha exclusivamente nas redes sociais a partir dos Estados Unidos, com uma mensagem direcionada contra as elites.
O Chile não é de extremos. O Chile vai ao centro, disse nesta segunda-feira, ao inscrever sua candidatura no Serviço Eleitoral.
Também concorria à chefia de Estado Johannes Kaiser, libertário; Harold Mayne-Nicholls, ex-presidente do futebol chileno; Marco Enríquez-Ominami, cineasta de esquerda; e Eduardo Artes, professor de extrema-esquerda.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












