O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central publicou na terça-feira as atas da reunião de julho, na qual manteve a taxa Selic em 15% ao ano. O colegiado justificou a decisão em razão de preocupações com a recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras.
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A proposta tarifária produz impactos setoriais significativos, ainda que seus efeitos totais permaneçam indeterminados e dependam do desenvolvimento das negociações comerciais. A comissão avaliou que o cenário externo tornou-se mais desfavorável e incerto, em virtude da política fiscal e comercial dos Estados Unidos. Para o Copom, essa situação eleva a necessidade de cautela.
A diretoria do BC afirmou que o comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros. A avaliação predominante no comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela.
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O Banco Central reiterou que continuará monitorando como o cenário internacional impacta a inflação no Brasil. “O comitê tem acompanhado, com atenção especial, os anúncios relativos à imposição pelos EUA de tarifas comerciais ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”, registrou o documento.
Juros manter-se-ão elevados por um período consideravelmente extenso.
Para assegurar a convergência da inflação à meta, o Copom reiterou a necessidade de manter a política monetária em patamar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”. Na prática significa que a Selic será mantida em níveis elevados por mais alguns meses. A expectativa do mercado, diante das explicações, é que a taxa de juros não sofra alterações até o final do ano.
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O Comitê enfatiza que manterá vigilante, que os próximos passos da política monetária podem ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado, concluiu o grupo, sinalizando que poderá subir ainda mais os juros caso haja mudanças no cenário citado.
A taxa Selic, em seu patamar mais elevado em quase duas décadas, não atingia o nível de 15% ao ano desde julho de 2006, no término do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Leia a íntegra da ata do Copom.
Fonte por: Carta Capital