A ancestralidade como via: o que os conhecimentos antigos nos transmitem sobre o atual
O convite para reconhecer a ancestralidade como via: recordações, atenção e conhecimentos do passado para experienciar o presente com fundamento e disce…

Considerei diversas opções para iniciar esta minha primeira publicação e admito ter revisado este texto cerca de cinco vezes. E, como acredito que o que se pretende dar à luz, nasce, vamos iniciar – com passos firmes nesse caminho que também é de ancestralidade.
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Eu sou a Noéle.
Sou neta de Dona Heroína e Dona Adelina, do Senhor Adamastor e do Senhor Luiz Rosa. Filha de Angela Maria (já falecida e que estaria saltando de alegria com a minha nova etapa) e de Marcelo, um homem belo, afetuoso e sempre sorridente.
Sou a filha mais velha, irmã de Gabriella, Marcella e Matheus, e sou mãe de Madu, uma adolescente notável.
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Estou te contando tudo isso para que você compreenda meu contexto, meu ponto de vista e minhas experiências — e, naturalmente, para que você entenda o porquê faço o que faço da maneira que faço.
O tempo da terra e da escuta.
Você também precisa saber que sou mineira. E por aqui o tempo tem outro ritmo e gosto. É um lugar onde olhar fundo nos olhos e o sorriso de canto ainda fazem parte do idioma.
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Aqui se aprende desde cedo que a sabedoria não reside no grito, mas sim na escuta, na acolhida e no café coado no pano.
Antes de responder, é necessário sentir e deixar transcorrer no íntimo do coração. E a resposta, frequentemente, surge do silêncio.
É deste lugar que venho. É deste lugar que escrevo.
Da mesma forma, percebi que aquele lugar me mostrou que a ancestralidade não é apenas origem – é também direção. É um caminho.
O início de uma viagem compartilhada.
Início hoje minha trajetória como colunista e especialista ancestral no Personare, com o coração batendo forte, as pernas trêmulas e os dedos errando fácil no teclado. Porque sei que mais do que escrever, o que farei aqui é compartilhar.
Nesse compartilhamento, continuo seguindo a tradição ancestral como via, para recordar, me conectar e promover.
Compartilhar percepções, rituais, lembranças e trajetórias que não são apenas minhas: são nossos. São antigos, profundos e também transformadores.
Viver com raízes firmes.
Sou uma mulher que prefere viver conectada à natureza, com raízes firmemente plantadas no chão e os olhos voltados para o céu, buscando perspectivas além das estrelas.
Não idealizo o passado, porém reconheço a grande força presente em aqueles que nos antecederam, que deixaram um legado sobre como encarar o presente e moldar o futuro.
Viver com a consciência ancestral não significa estar aprisionada ao que já foi — é, sobretudo, semear o que ainda irá florescer com raízes sólidas.
A ancestralidade é tecnologia da alma.
Busco apresentar a ideia da ancestralidade como tecnologia da alma – uma inteligência que nos retorna o sentido quando tudo parece desorientado.
Antes de qualquer algoritmo, realizava-se uma oração. Antes de se procurarem “soluções”, já existiam mulheres curando com palavras, com mãos e com presença.
<h2 id="campo-de-memória, visão e enraizamento“>Campo de memória, visão e enraizamento.
Almejo com este espaço criar um campo de memória, percepção e conexão, onde conhecimentos ancestrais possam nos orientar a viver o presente com maior plenitude e a construir o futuro com mais autenticidade.
A ancestralidade, como via, não nos aprisiona ao passado – ela nos restitui a totalidade para vivenciar o presente com consciência.
Então pegue uma cadeira, pois a água do café já está no fogo.
Noéle Gomes
Fonte por: Personare
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.