A análise técnica e humana contribuiu para a identificação no acidente da Voepass

Momentos emocionantes caracterizaram o trabalho de identificação das vítimas do voo 2283, em um processo que demandou rapidez, exatidão e sensibilidade.

06/08/2025 3:40

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A análise técnica e humana contribuiu para a identificação no acidente da Voepass
(Imagem de reprodução da internet).

O céu limpo e o sol da manhã de 9 de agosto de 2024 contrastava com a tragédia iminente que se aproximava de Vinhedo. Minutos após a queda do voo 2283 da Voepass, as nuvens tomaram conta da cidade, como se o clima traduzisse o luto que se espalhava. A notícia de um avião de passageiros que havia caído dentro de um condomínio residencial trouxe consigo perguntas, angústia e uma corrida silenciosa para dar nome às 62 vidas interrompidas.

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No local do acidente, o calor das chamas ainda não havia se dissipado quando as primeiras vítimas foram examinadas. Algumas carregavam documentos nos bolsos, enquanto outras permaneciam sentadas em suas poltronas com o cinto de segurança afivelado. Grande parte delas pôde ser identificada por meio de digitais. A médica legista Carla Abgussen recorda que, mesmo em meio à destruição, foi possível observar algo que se assemelha a um instinto de proteção, comum em pais e mães.

A maneira como observamos as crianças com o pai e a mãe, respectivamente. A mãe com o menino, o pai com a menina. Estavam abraçados. Ficou evidente a tentativa de proteger os filhos do que ocorria.

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Gradualmente, os corpos foram encaminhados ao IML Central, em São Paulo, onde o trabalho de identificação se transformou em uma empreitada colaborativa. Médicos legistas, especialistas em antropologia, odontolegistas e papiloscopistas trabalharam em conjunto para determinar, com exatidão, a identidade das vítimas. Cada detalhe era relevante: uma arcada dentária, uma prótese, uma digital preservada. Diversos pertences acompanhavam os corpos: carteiras, bolsas, alianças. Outros elementos também contribuíam: marcas de nascimento, tatuagens e lesões anteriores.

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Paralelmente, a Defesa Civil organizava a logística para receber as famílias. Os primeiros parentes chegaram à capital ainda no fim de semana, muitos deles sem saber o que fazer. De acordo com relatos de familiares, a companhia aérea falhou e não forneceu orientações sobre os procedimentos, intensificando o sofrimento.

Adriana Ibba, mãe da pequena Liz, estava entre aqueles que procuravam respostas, viajando com o pai naquele dia. Um passeio que se anunciava alegre transformou-se em uma saudade interminável.

As memórias são as mais belas. Ela era uma criança ativa, saudável e travessa. Gostava de dançar, cantar e brincar de “molinillo”. Viveu pouco, porém com muito amor. A cada manhã, a saudade aumenta uma fração.

Em menos de uma semana, todas as 62 vítimas foram identificadas e os corpos foram liberados às famílias.

Após as equipes do IML concluderem suas atividades, outra equipe iniciava. Na noite do acidente, investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da Polícia Federal estavam presentes no local. A caixa-preta da aeronave foi encontrada e encaminhada para análise.

A caixa-preta é laranja e contém dois aparelhos cruciais: o Gravador de Voz do Cockpit (CVR), que registra o áudio da cabine, e o Gravador de Dados de Voo (FDR), que coleta dados técnicos da viagem, como altitude, velocidade, comandos e erros. Em conjunto, os equipamentos permitem reconstituir os últimos instantes da aeronave e identificar se houve falha humana, mecânica ou uma combinação de ambos.

O relatório final do Cenipa, ainda não divulgado, irá apontar os chamados “fatores contribuintes” para o acidente, como problemas de manutenção, decisões da tripulação ou condições climáticas, e trará recomendações para os órgãos envolvidos, com foco na prevenção de novas tragédias.

A investigação conduzida pela Polícia Federal, também em fase final, tem outro objetivo: identificar os responsáveis e responsabilizá-los criminalmente por, por ação ou omissão, terem contribuído para o acidente. A investigação segue sob sigilo, mas familiares acompanham com atenção cada etapa e exigem respostas.

Sem que os laudos cheguem, restam apenas o vazio, preenchido pela falta de quem se foi e pela recordação de um dia em que o céu de Vinhedo ficou escuro, tanto por dentro quanto por fora.

Na quinta-feira (7), a série especial continua com um episódio focado nas investigações do caso. A reportagem examinará os elementos que podem ter levado à queda da aeronave, a relação operacional entre Latam e VoePass e a influência de aspectos emocionais no acidente.

Na sexta-feira (8), o especial sobre o aniversário do acidente será exibido no CNN Prime Time. No sábado (9), data da tragédia, será veiculada uma versão estendida da reportagem, com novos detalhes sobre o caso.

Fonte por: CNN Brasil

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