A gestão vigente apresenta desafios consideráveis em sua trajetória política, segundo a análise da cientista política Lara Mesquita, professora da FGV-EESP, em sua participação no programa WW.

Mesquita ressaltou a natureza minoritária do governo atual, em oposição às administrações anteriores que contavam com maior respaldo no Congresso. A especialista apontou que o cenário político contemporâneo se caracteriza por uma acirrada disputa orçamentária e de pauta pública entre o Executivo e o Legislativo.

“Este é um governo minoritário, o que é bastante diferente do cenário dos governos Lula anteriores, do governo Fernando Henrique, mesmo do governo Bolsonaro”, explicou Mesquita.

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Conflitos entre os Poderes Executivo e Legislativo.

A especialista em política mencionou vários casos recentes que evidenciam essa dinâmica de disputa. Dentre eles, ressaltou a derrubada do decreto do IOF pela Câmara dos Deputados, a rejeição de vetos presidenciais na semana passada, incluindo o referente à conta de luz, e a continuidade do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Mesquita também mencionou a relutância do Congresso em aprovar medidas propostas pelo governo para extinguir isenções fiscais. “O Congresso está aumentando as despesas”, observou, indicando uma divergência clara entre as prioridades do Executivo e do Legislativo.

A análise de Mesquita indica que o ponto central da disputa reside na determinação dos cortes necessários para o ajuste fiscal. “O que está em jogo aqui é onde devemos fazer o corte, se esse ajuste será feito nas políticas sociais ou não?”, questionou.

A especialista manifestou ceticismo em relação à disposição do Congresso em aceitar alterações, tanto nas políticas sociais quanto em outras áreas. “Quando se observa que o Congresso aparentemente não aceita ajustes de qualquer natureza, ele simplesmente quer inviabilizar o governo”, concluiu Mesquita, sugerindo um cenário de impasse político e econômico.

A análise de Mesquita aponta que, nesse cenário de governo minoritário, o Executivo tende a impor sua agenda, ao tempo em que a maioria legislativa exerce pressão para direcionar o debate, gerando um clima de tensão e negociação política contínuos.

Fonte por: CNN Brasil