A alta popularidade consolida a confiança de Lula no diálogo com o Congresso, afirma especialista
O ataque a Trump fortalece a imagem de Lula e pode possibilitar o veto ao PL da Destruição.
Uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta quinta-feira (17), aponta para o aumento da aprovação ao governo Lula (PT) e o acréscimo da liderança sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um possível segundo turno na eleição de 2026.
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Segundo o cientista político Pedro Fassoni Arruda, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, o resultado reflete não apenas os impactos do tarifário anunciado pelo então presidente estadunidense Donald Trump contra o Brasil, mas também ações internas que fortalecem a percepção de Lula como defensor dos mais vulneráveis.
Fassoni também vê um ambiente de maior confiança para o governo Lula no enfrentamento ao Congresso. Questionado sobre o chamado Projeto de Lei (PL) da Devastação, o professor avalia que ainda não há sinalizações claras sobre um veto, mas que o cenário político é diferente. “A mudança na relação com o eleitorado se reflete também numa mudança da relação com o próprio Congresso. Até pouco tempo atrás, essa relação não era das melhores, mas agora parece que mudou”, fala. Para ele, a atuação de Lula em defesa da soberania pode fortalecer sua autoridade para barrar propostas impopulares. “Lula é uma liderança política bastante habilidosa e vai saber explorar isso a seu favor”, conclui.
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A explicação para o aumento da popularidade de Lula não é única, observa Fassoni. Ele destaca que o impacto internacional das tarifas sobre os produtos brasileiros deu visibilidade à postura firme de Lula diante de Trump, especialmente após o pronunciamento do presidente brasileiro exigindo respeito à soberania nacional. “Isso acabou tendo um efeito muito positivo”, afirma. Além disso, medidas como o veto à ampliação do número de deputados e a defesa da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais reforçaram a conexão de Lula com setores populares.
A nova pesquisa da Quaest aponta Lula com 43% das intenções de voto contra 37% de Bolsonaro em um segundo turno, uma vantagem considerável em relação ao empate técnico de maio. O ex-presidente, inelegível até 2030 e sem perspectiva de disputar o pleito, perdeu cinco pontos percentuais desde a última pesquisa. Para Fassoni, a queda se deve também à postura de Bolsonaro e de seus aliados em relação às tarifas. “A própria família Bolsonaro vem exigindo que o governo estadunidense adote medidas contra o Brasil”, lembra. “Isso afeta a economia [….] e ficou mais fácil identificar [….] a ideia de que a família Bolsonaro coloca os interesses pessoais acima dos da nação”.
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O cientista político estima que, mesmo com a queda, o apoio a Bolsonaro permanece elevado. “Pelo menos um terço da população brasileira continua apoiando”, constata. Ele aponta os crimes da pandemia e a participação nos atos golpistas de 8 de janeiro como fatores que ainda não foram suficientes para enfraquecer sua base. O ex-presidente é réu no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e permanece inelegível.
Entre os possíveis nomes da extrema direita para 2026, Fassoni vê o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o que aparece com melhor desempenho em um eventual segundo turno contra Lula. Segundo a Quaest, os dois estariam tecnicamente empatados. “Mas se o Tarcísio for candidato, não vai contar com o apoio da família Bolsonaro. Ele tenta se colocar como alguém mais moderado, disposto ao diálogo, e isso o descaracteriza”, diz, mencionando o desgaste com a tentativa de se intrometer na questão das tarifas, especialmente entre os exportadores do estado.
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Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












