A Aliança Atlântica Norte lança operação para proteger a Polônia de drones russos

A Aliança considera a ação russa como “inaceitável” e prepara resposta militar para defender a região leste. Varsóvia rejeita os argumentos de Trump e P…

12/09/2025 15:51

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A Aliança Atlântica Norte lança operação para proteger a Polônia de drones russos
(Imagem de reprodução da internet).

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) iniciou uma operação nesta sexta-feira, 12, para fortalecer seu sistema de defesa em seu setor oriental, na fronteira com Bielorrússia, Rússia e Ucrânia, em reação à incursão de dezenas de drones russos em território polonês na quarta-feira anterior.

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O principal comandante militar da OTAN na Europa, Alexus Grynkewich, informou que a operação denominada Sentinela Oriental incluiria o acréscimo de equipamentos militares da França, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido às bases aéreas e terrestres já estabelecidas.

O tenente-coronel Grynkewich afirmou que a Polônia e os cidadãos de toda a aliança podem estar tranquilos com nossa resposta rápida no início desta semana.

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Rafales franceses, F-16 dinamarqueses, uma fragata e novos sistemas de defesa terrestre foram prometidos para a missão, que iniciará na noite desta sexta-feira.

Ele afirmou que o objetivo é evitar uma eventual agressão da Rússia na área. “A chave para isso é um novo conceito de defesa”, declarou o general em uma conferência de imprensa em Bruxelas.

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A OTAN considera “irresponsabilidade” russa.

O ocorrido na Polônia gerou questionamentos em relação à prontidão da Otan contra ataques por drones e à segurança do transporte aéreo comercial na Europa.

A Polônia abateu a maior parte dos 19 drones que entraram em seu espaço aéreo. Contudo, dois aparelhos conseguiram atingir o terreno. Este foi o primeiro caso em que um país aliado militar precisou usar armas contra um contexto de conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia.

Vários líderes europeus consideraram o incidente como uma provocação, e Varsóvia percebe uma tentativa do governo russo de avaliar a prontidão da OTAN. A Alemanha comunicou o aumento da vigilância aérea sobre a Polônia e a convocação do embaixador russo nesta sexta-feira.

Apesar de ter sido a maior concentração de violações do espaço aéreo da OTAN que observamos, o que ocorreu na quarta-feira não foi um incidente isolado, afirmou o secretário-geral do Tratado, Mark Rutte, destacando que incidentes semelhantes de menor escala já foram registrados em países como Romênia, Estônia e até mesmo na Polônia. “A imprudência da Rússia no ar ao longo do nosso flanco leste está aumentando em frequência. Seja intencional ou não, é perigoso e inaceitável”, continuou ao lado de Grynkewich.

Polônia nega alegação de invasão fraudulenta.

Na sexta-feira, a Polônia negou as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a incursão de drones russos ter ocorrido por engano.

O presidente Trump apoiou a alegação russa de que Moscou não pretendia atacar o território da Polônia. O Kremlin afirmou que os drones foram lançados contra alvos na Ucrânia e que o desvio não foi intencional.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, rejeitou a alegação. “Também gostaríamos que o ataque de drones à Polônia tivesse sido um erro. Mas não foi. E nós sabemos disso”, declarou.

Para Varsóvia, confrontar diretamente Trump é algo raríssimo e indica a preocupação europeia com a inclinação do presidente americano a dar importância à versão de Moscou.

A Polônia figura como uma das principais aliadas dos EUA na Europa. Tem manifestado apoio a Trump ao defender um aumento nos gastos militares europeus e, em contrapartida, recebeu elogios da Casa Branca por alocar a maior parcela de sua economia na defesa em comparação com outros países da OTAN.

A agência de notícias Reuters informou que o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, declarou que o país almeja que Washington adote ações que evidenciem sua solidariedade com Varsóvia.

Grynkewich, que é americano, e Rutte reduziram a importância das declarações de Trump e declararam que os EUA estão comprometidos com a segurança da aliança.

O Conselho de Segurança da ONU deverá se reunir na sexta-feira, sob a solicitação da Polônia, para tratar do ocorrido.

Putin interrompe negociações de paz.

O incidente na Polônia demonstra aos líderes europeus que o presidente russo Vladimir Putin não demonstra interesse em um acordo de paz na Ucrânia. Em seguida, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que o governo russo suspendeu as negociações para o fim do conflito.

As autoridades europeias estiveram em Washington nesta semana buscando coordenar sanções contra a Rússia com a Casa Branca. O anúncio conjunto de sanções era uma prática comum anteriormente, porém não ocorreu desde o retorno de Trump ao poder.

O Tesouro dos EUA solicitou aos países do G7 e da União Europeia que estabelecessem “tarifas substanciais” sobre produtos da China e da Índia, visando evitar compras de petróleo russo. A entidade também promoveu uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças do grupo de países desenvolvidos para coordenar ações em prol do encerramento do conflito.

Os países da UE concordaram nesta sexta-feira em estender periodicamente, a cada seis meses, a lista atual de restrições de viagem e bloqueios de contas de indivíduos e empresas em razão da invasão russa.

Rússia e Bielorrússia conduzem exercício militar.

A Rússia e seu aliado Bielorrússia começaram nesta sexta-feira um exercício militar conjunto de grande escala, com manobras nos dois países e nos mares Báltico e de Barents.

Descartando preocupações estrangeiras, Dmitry Peskov afirmou que os países da Europa Ocidental sofrem de “sobrecarga emocional” e que a Rússia não representa ameaça a eles.

A Rússia continuou com os ataques à Ucrânia, ceifando a vida de três indivíduos na região de Sumy, no norte do país, durante o dia.

Drones ucranianos atacaram o porto russo de Primorsk, no noroeste, provocando um incêndio em um navio e uma estação de bombeamento. Trata-se do primeiro ataque com drones contra um dos maiores terminais de exportação de petróleo e combustível do país.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.