A Agência France-Presse, Associated Press, Reuters e a BBC estão solicitando que Israel conceda acesso irrestrito de jornalistas à Faixa de Gaza

A mídia especializada informa que a fome afeta os jornalistas que trabalham na área.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Agência France-Presse (AFP), Associated Press (AP) e Reuters, juntamente com a emissora britânica BBC, lançaram um pedido conjunto a Israel para permitir a entrada e a saída de jornalistas em Gaza, após mais de 21 meses de conflito.

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Jornalistas confrontam inúmeras privações e dificuldades em áreas de conflito. Expressamos grande preocupação com o risco da fome colocar em xeque sua sobrevivência, conforme declarado pela Agência France-Presse, Associated Press, Reuters e BBC News.

Reiteramos o pedido às autoridades israelenses para autorizarem a entrada e saída de jornalistas em Gaza. É fundamental que alimentos sejam disponibilizados em quantidade adequada à população residente.

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As organizações de veículos de comunicação internacionais manifestaram-se “profundamente preocupadas” com a situação dos seus jornalistas no enclave palestino, “que enfrentam cada vez mais dificuldades para atender às necessidades alimentares de suas famílias e as suas próprias”.

Jornalistas independentes têm sido os olhos e ouvidos do mundo em Gaza. Agora, eles enfrentam as mesmas condições drásticas que a população que cobrem, afirmaram.

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Os relatos de jornalistas em risco têm aumentado nos últimos dias em Gaza.

Relatam que enfrentam fome severa, ausência de água potável e um notório esgotamento físico e psicológico, o que, em diversas ocasiões, os leva a diminuir a amplitude do conflito iniciado em 7 de outubro de 2023 devido a um ataque sem precedentes do movimento palestino Hamas em Israel.

A ONU e cem organizações não governamentais alertaram sobre a fome em Gaza, que também impacta seus próprios funcionários.

Observamos, impotentes, uma deterioração drástica das condições de vida de muitos colaboradores da AFP, e sua situação é hoje insustentável, afirmou a agência em um comunicado na segunda-feira. Sua Sociedade de Jornalistas alertou ainda para o risco de vê-los morrer.

O governo israelense alega não ser responsável pela falta de alimentos e afirma que o Hamas dificulta a distribuição ou desvia a ajuda, o que o movimento islamista refuta com veemência.

“É uma situação difícil causada pelo Hamas”, declarou na quarta-feira o porta-voz do governo israelense, David Mencer.

Aumento da pressão internacional

Após impor um cerco total a Gaza em outubro de 2023, Israel retomou o bloqueio ao enclave costeiro palestino em meados de março, o que foi parcialmente suspenso no final de maio.

Mais de dois milhões de habitantes de Gaza enfrentam grandes dificuldades para acessar alimentos, medicamentos e combustível.

A Comissão para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), uma organização independente americana, intensificou a pressão na quarta-feira.

A diretora regional do Comitê, Sara Qudah, ressaltou que o mundo precisa agir prontamente: proteger esses profissionais, alimentá-los e possibilitar sua recuperação, ao mesmo tempo em que outros jornalistas se aproximam para oferecer apoio.

Desde o final de 2023, os únicos jornalistas que conseguiram entrar na Faixa de Gaza vindos do exterior o fizeram acompanhados pelo Exército israelense, e suas reportagens foram submetidas a censura militar.

A organização Repórteres Sem Fronteiras declarou em 7 de maio que, desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, “o Exército de Israel assassinou aproximadamente 200 jornalistas, dos quais pelo menos 44 estavam desempenhando suas funções” na Faixa de Gaza.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.

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