Inteligência artificial e munição real serão incorporadas em simulações de realidade mista.
A Academia de Polícia Civil de SC implementará uma tecnologia de realidade imersiva por meio de drones, que inclui óculos de realidade virtual, ambientes reais digitalizados e armas de fogo com disparos simulados, para treinamento de agentes iniciantes.
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A unidade deve incorporar o programa nos próximos três meses, após a conclusão do software.
Alexandre Vasques, ex-head de inovação na Microsoft Latam, head de inovação da DXC e fundador da Hololab, é o responsável pelo desenvolvimento do programa. Para o empresário, o emprego de IA e outras tecnologias pode aprimorar a capacitação dos agentes de segurança e diminuir o custo do processo.
“Sempre buscamos desenvolver propostas com relação à realidade brasileira”, declarou Vasques. O evento “Segurança do Amanhã” ocorreu nesta terça-feira (24.jun.2025) na sede da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
As simulações incorporam situações previamente analisadas por drones e são ajustáveis. O empresário afirma que isso acerca ao policial o ambiente onde ele irá atuar após o treinamento.
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A Hololab mantém parceria com a Academia de Polícia Civil de SC desde 2020, visando substituir os alvos de papel. Trata-se do projeto piloto do hub dentro da segurança pública.
Com a utilização de inteligência artificial nas simulações, os hologramas respondem conforme os comandos do policial em treinamento. “É possível obter as métricas, para avaliar se esse aluno passou, se cometeu erros e assim por diante”, afirma Vasques.
Em Santa Catarina, os programadores têm utilizado escolas como referência para os hologramas após ocorrências de ataques e massacres.
Júlio Saldanha, instrutor da Academia desde 1997, declarou que a tecnologia imersiva pode proporcionar um fator de “estresse”, que frequentemente não se encontra durante o treinamento de novos policiais. “O policial treina sem emoção. O estresse muda tudo completamente”, afirmou.
Vasques argumenta que as simulações de realidade imersiva podem reduzir gastos e, aprimorar o treinamento de policiais com orçamentos mais limitados.
Existem forças policiais que não possuem treinamento superior a 300 horas. Além disso, a pouca quantidade de disparos que eles praticam é preocupante. Você vai equipar um policial para uma operação com apenas 50 tiros? Isso é inaceitável.
O representante afirmou que a última adequação necessária para incorporar o sistema na Academia é o georreferenciamento da arma virtual, visando sincronizar os movimentos da realidade com as lentes dos óculos 3D.
Saldanha declarou ao Poder360 que 10 equipamentos constituem o número ideal para um grupo de delegados novatos.
Vasques afirmou que cada kit tem custo de R$ 5.000, quando adquiridos em operações de pequeno porte. Assim, com a adesão de mais academias policiais, o investimento necessário seria de R$ 50 mil.
O empresário e o instrutor desejam ampliar a atuação para outros estados, porém afirmam que dependem do interesse das academias e de outros apoios.
Ao ser questionado sobre eventuais conversas com o Ministério da Justiça, Vasques afirmou estar no evento para “solicitar o apoio”. “Acredito que não se trata apenas do tamanho do Ministério da Justiça, mas também da possibilidade de termos uma padronização que é importante no Brasil”, declarou.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.