68,8% dos produtos e serviços apresentaram alta de preços acima do limite estabelecido, aponta Galípolo
O chefe do Banco Central, Galípolo, declara que as previsões dos especialistas apontam para uma inflação superior a 3% durante um período de três anos.

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou que aproximadamente 60% dos componentes do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) estão acima do teto da meta (4,5%). Ele afirmou que as projeções dos agentes financeiros apontam para uma taxa acumulada em 12 meses superior à meta de 3% até 2027.
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Nos últimos dois dias, Galípolo defendeu que a missão do Banco Central é adotar medidas para reduzir a inflação para 3%. O teto da meta é de 4,5%, mas o líder da autoridade monetária declarou que não pode ser “leniente” com o descumprimento do objetivo inflacionário.
O Galpão participará na quinta-feira (9.jul.2025) de audiência pública perante a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Segue a íntegra da apresentação (PDF – 2 MB).
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O presidente do Banco Central afirmou que a inflação está “disseminada” e que 45% dos itens de consumo que compõem o IPCA estão em patamar superior ao dobro da meta, ou seja, em nível de 6% ou mais. Há 58,8% dos itens que estão em nível superior ao teto da meta, de 4,5%.
Precisamos observar a meta, que é 3%. Temos 72,5% dos itens que compõem a inflação acima da meta. Observem que é uma inflação bastante disseminada. Não é uma inflação pontual.
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As expectativas de inflação.
O Banco Central fundamenta suas decisões de política monetária nas projeções dos agentes financeiros, em especial a inflação. Galípolo afirmou que as expectativas para o IPCA estão afastadas da meta de 3%.
Segundo a média das previsões dos analistas financeiros, a inflação permanecerá acima da meta de 3% até pelo menos 2027. O presidente do BC declarou que ele e os demais diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) estão bastante “inquietos” com esse cenário.
Os analistas projetam que a inflação no final de 2027 será de 4%, dentro da meta, porém acima do centro do objetivo inflacionário.
“Nessa lógica [das projeções], seria necessário passar 3 anos sem alcançar a meta de 3%, por isso que é tão importante a ação que o Banco Central fez para que se possa produzir essa convergência da inflação para a meta”, declarou Galípolo.
Meta de 3%
O Galvão afirmou que é obrigação da autoridade monetária adotar medidas para buscar o centro da meta de inflação, que é 3%, e não o teto do intervalo, que é 4,5%. Defendeu, contudo, que não vê com bons olhos o debate sobre mudar o patamar da meta, porque flexibilizar a meta sinalizaria que o país tem uma moeda “que perde valor ano a ano”.
Ele afirmou que a meta de inflação de 3% não é uma sugestão, mas sim um comando legal estabelecido por decreto. Dessa forma, não se trata de prerrogativa do presidente do Banco Central ou dos diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) buscar a meta de maneira branda ou condescendente, utilizando uma taxa de IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais elevada.
Galípolo declarou que a variação de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo foi estabelecida para atenuar oscilações e que jamais houve a prerrogativa ao Banco Central de determinar, por exemplo, que a inflação chegasse a 4,5%. Ele considera que minimizar a meta de inflação representa uma “flacidez institucional” prejudicial ao país.
Taxa Selic
O Banco Central elevou a taxa Selic para 15% ao ano visando controlar a inflação, que se encontra fora do limite estabelecido pela meta há oito meses, registrando 5,32%. As normas do CMN (Conselho Monetário) preveem que a inflação não pode exceder o intervalo determinado por mais de seis meses, caso contrário, configura-se o descumprimento do objetivo inflacionário. Essa nova regra teve início em janeiro de 2025.
O Banco Central deverá não cumprir a meta de inflação em junho, diante da conclusão de um ciclo de seis meses consecutivos com taxas acima do limite estabelecido no novo regime de meta. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgará o resultado na quinta-feira (10.jul.2025), às 9h.
Na terça-feira (8 de julho de 2025), Galípolo afirmou que, devido à alta da Selic para 15% ao ano, é improvável que vença o prêmio de miss simpatia do ano de 2025, porém, permanece confiante porque o Banco Central trabalha para que a inflação alcance a meta de 3%.
Acompanhe as últimas notícias sobre o Banco Central.
O Banco Central deverá publicar uma carta com as justificativas para eventuais falhas na meta de inflação. Serão divulgadas por meio de anotação no Relatório de Política Monetária e em carta aberta ao Ministério da Fazenda. Esse documento deverá conter:
Galípolo afirmou que será o primeiro presidente do Banco Central a assinar duas cartas pelo descumprimento do objetivo inflacionário em menos de seis meses. A última foi divulgada em janeiro deste ano, com a inflação de 4,83% em 2024, último ano que a meta foi aferida pela taxa anual do IPCA.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.