57% dos brasileiros acreditam que Trump não tem legitimidade para criticar o processo em que Bolsonaro é acusado

Pesquisa da Genial/Quaest indica que 79% dos eleitores consideram que a tarifa americana afetará negativamente suas vidas.

16/07/2025 10:29

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57% dos brasileiros acreditam que Trump não tem legitimidade para criticar o processo em que Bolsonaro é acusado
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tem o direito de criticar o processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu, conforme a opinião de 57% dos brasileiros, de acordo com uma nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). Outros 36% consideram que o mandatário estadunidense possui essa prerrogativa e 7% não souberam ou não responderam.

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Segundo a pesquisa, 79% da população acredita que as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas por Trump em 9 de julho vão afetar negativamente sua vida. Entre os bolsonaristas, essa opinião é compartilhada por 82% dos entrevistados. Entre os apoiadores do Lula, 77%.

A pesquisa também demonstrou que a percepção de que a taxa terá impacto negativo é majoritária tanto entre indivíduos de esquerda não identificados com o PT quanto entre aqueles de direita não alinhados com o bolsonarismo. Em ambos os casos, 77% avaliam que a taxa lhes prejudicará diretamente.

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Trump cometeu erro ao aplicar medidas, acreditando em perseguição contra Bolsonaro. A resposta do governo Lula (PT) com possíveis medidas da lei de reciprocidade é aprovada por 53% dos eleitores. Outros 39% desaprovam a resposta do governo federal.

Uma pesquisa indicou que a postura de Trump gerou, em 84% das opiniões, a percepção de que governo e oposição deveriam unir-se em face dos Estados Unidos.

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A decisão de Trump de aumentar as tarifas foi vista por 26% dos brasileiros como resultado das declarações de Lula na Cúpula dos Brics, que ocorreu no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 6 e 7 de julho, reunindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para 22% dos entrevistados, a sanção americana foi motivada pelas ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro. Outros 17% consideram que se tratou da influência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde reside como deputado federal licenciado desde fevereiro. As ações do STF contra as big techs americanas foram apontadas por 10% dos participantes da pesquisa.

Aprovação de Lula aumenta.

A pesquisa Quaest indica que o confronto com Trump gerou impactos políticos relevantes para o governo Lula. A avaliação negativa do governo reduziu de 57% para 53%, ao mesmo tempo em que sua aprovação aumentou de 40% para 43%.

O desempenho do governo Lula foi impulsionado, sobretudo, por eleitores que não pertencem à sua base de apoio tradicional. Dentre eles, aqueles com renda familiar entre dois e cinco salários mínimos, ensino superior concluído e que não participam do programa Bolsa Família.

A tendência favorável ao governo petista se manifestou com maior intensidade na região Sudeste, a mais povoada do país e com tradição conservadora. O estado de São Paulo, o maior do país e onde se concentra grande parte do setor produtivo brasileiro que exporta para os Estados Unidos, está sob o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tarcísio manifesta viabilidade presidencial pela direita em 2026, proferindo declarações questionáveis sobre o episódio, incluindo apoio a Bolsonaro, responsabilização do governo Lula pela taxação e até defesa de que a economia deve prevalecer em detrimento da demanda por anistia aos envolvidos na trama golpista.

A Genial/Quaest conduziu 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais, em 120 municípios. Os dados foram obtidos entre 10 e 14 de julho. O estudo foi financiado pela corretora de investimentos do banco Genial, apresentando 95% de confiabilidade e uma margem de erro de 2% para cima ou para baixo.

Fonte por: Brasil de Fato

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.