Investigar a biodiversidade tornou-se um tema central para diversos empreendimentos que buscam adequar-se às normas ESG (ambiental, social e governança).

A ideia tem conquistado espaço globalmente, ajudando pequenas empresas a promoverem a sustentabilidade além de suas fronteiras.

A Soul Brasil Cuisine é a empresa que exporta os sabores do Brasil Amazônico.

A lista inclui pimentas, molhos e geleias empregados em diferentes receitas – todos produzidos com matérias-primas da Amazônia, como a pimenta Baniwa, o guaraná e o cumaru, árvore que origina a baunilha brasileira.

História

A marca foi criada pelo casal Letícia e Peter Feddersen, resultado do desejo empreendedor e da paixão culinária dos executivos, que abandonaram o setor corporativo para iniciar seu próprio negócio.

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Com experiência no mercado financeiro e em projetos de internacionalização de pequenas e médias empresas, Letícia é ex-funcionária da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), eles fundaram a Soul Brasil em 2018, já mirando exportações.

Em 2021, a primeira fábrica própria da Soul Brasil foi inaugurada na Barra Funda, bairro da capital paulista.

A partir de então, o foco do negócio reside na produção própria e na comercialização dos produtos por meio de canais digitais, sobretudo para mercados internacionais como Alemanha, França, Porto Rico, Estados Unidos, Singapura e Malásia.

Prevê-se que o mercado norte-americano alcance, até 2028, uma projeção de faturamento de 50 milhões de reais.

A Soul Brasil investe na biodiversidade do Brasil para gerar renda para produtores locais, povos originários e indígenas, além de promover a agricultura responsável e a conservação de mais de 9 milhões de hectares.

A Soul Brasil surgiu, desenvolveu-se e se firmou com um objetivo bem definido: promover a biodiversidade brasileira, impulsionar a economia local na cadeia produtiva e oferecer no mercado produtos nutritivos, convenientes e saborosos. Essa combinação torna a empresa, desde sua fundação, intrinsecamente ligada ao conceito de “impacto”, declara Letícia.

Dicas para internacionalizar uma pequena e média empresa de impacto

A preocupação com o mercado externo e a elaboração de um plano de negócios que enfatizasse as exportações proporcionaram à Soul Brasil uma série de aprendizados sobre a internacionalização.

Para que as pequenas empresas que buscam expandir suas operações para o exterior se concentrem no propósito, sem negligenciar a estratégia.

Considerando isso, Letícia compartilha lições válidas e negócios sustentáveis que visam crescer no comércio exterior, com base em planejamento, parcerias estratégicas e atenção aos detalhes.

Selecione o mercado adequado para o seu produto.

É necessário analisar o consumo por pessoa do seu setor, as barreiras tarifárias e não tarifárias e o nível de concorrência local.

A internacionalização para os Estados Unidos pode parecer a opção mais óbvia, mas muitos negócios brasileiros encontram maiores margens em nichos da Europa ou em países vizinhos da América Latina, de acordo com a empreendedora.

Adapte o produto às exigências do mercado.

Alterações significativas, como a necessidade de embalagens recicláveis na Alemanha, a procura por rótulos no idioma local e a oferta de produtos com níveis reduzidos de açúcar na União Europeia, podem influenciar o sucesso de uma marca no exterior, particularmente no setor de alimentos.

Na Soul Brasil, foi preciso ajustar os processos para alcançar as certificações de segurança alimentar demandadas por grandes empresas, como a Swift, que atualmente comercializa os molhos de pimenta produzidos pela empresa.

Verifique antes de exportar.

A participação em missões comerciais, rodadas de negócios e feiras setoriais auxilia na definição de preços, embalagens, narrativas e estratégias comerciais.

A interação com potenciais clientes em eventos B2B evitou longos períodos de experimentação e erros, segundo a declaração.

Dê prioridade aos detalhes regulamentares.

A exportação demanda tempo e organização. É necessário investir em registro de marca, credenciamento sanitário com agências, como a FDA nos Estados Unidos, e certificações como HACCP ou ISO 22000. Essas etapas são cruciais no processo de exportação.

Adicionalmente, selos como orgânicos, kosher ou fair trade podem facilitar negócios e agilizar negociações com distribuidores.

Teste no digital

Plataformas digitais possibilitam avaliar a receptividade de um produto no exterior com um investimento inicial reduzido.

É importante levantar custos logísticos e investir em campanhas pagas para assegurar visibilidade.

Mulheres aumentam o empreendedorismo em busca de maior flexibilidade.

Fonte por: CNN Brasil