42% da população brasileira praticou exercícios físicos no período de um ano, aponta pesquisa

Apesar da iniciativa, 58% ainda são sedentários, sendo a falta de tempo o principal motivo citado pelos entrevistados.

03/07/2025 12:43

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42% da população brasileira praticou exercícios físicos no período de um ano, aponta pesquisa
(Imagem de reprodução da internet).

Setenta e oito por cento da população brasileira permanece sedentária, apontando a falta de tempo como o principal impedimento para iniciar uma rotina de atividades físicas, conforme dados de um estudo recente da Brain Inteligência e Estratégia, que revelou que 42% da população realizou atividades físicas no último ano.

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O estudo foi conduzido com 740 adultos com mais de 21 anos provenientes das cinco regiões do país, através da aplicação de questionários em campo.

Entre os indivíduos sedentários, a principal barreira para a prática de atividade física foi a dificuldade na gestão do tempo, identificada em 68%, seguida pelo desinteresse, em 28%. Um grupo menor indicou não praticar atividade física devido a questões de saúde, representando 6%, cansaço físico e mental, também em 6%, ou por motivos diversos, como experiências negativas passadas, limitações financeiras ou falta de suporte social, com cerca de 1% cada.

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Os jovens são os mais engajados fisicamente, diferentemente daqueles que se exercitam, sendo que 49% da geração Z afirmou praticar esportes nos últimos 12 meses, ao passo que entre os baby boomers esse número é de 36%. A academia é o local preferido para a prática de atividade física entre os mais jovens (47%), enquanto a caminhada é o principal exercício realizado pelos baby boomers (46%).

Ao serem questionados sobre os motivos para a prática de atividade física, o principal fator motivador é a saúde física em quase todas as faixas etárias. Por outro lado, a estética se destaca entre os mais jovens: 18% da geração Z pratica com foco na aparência, um percentual maior em comparação com as demais gerações, onde essa motivação se mantém abaixo de 10%.

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Para Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, os dados indicam uma significativa diferença geracional em relação aos cuidados com a saúde e suas motivações.

Ao analisarmos a quantidade de indivíduos que se dedicam à prática esportiva, percebe-se que não há uma atenção significativa à saúde física, considerando que 58% da população não se exercita e apenas 42% a pratica. Apesar de não se observar uma diferença estatística relevante em relação aos níveis de renda, identifica-se uma distinção estatística importante em termos geracionais.

Na geração Z, a prática esportiva é praticamente igual, 49%, na geração Y, 42%, na geração X, 40%, e os baby boomers, apenas 36%. Ou seja, há uma tendência clara de que quanto mais novo, mais se pratica esportes. “Podemos dizer que os brasileiros, na média, não cuidam tanto da saúde física. Quanto mais jovens, mais eles cuidam. Quanto mais idosos, menos eles cuidam. E os mais jovens cuidam mais pela estética”, acrescenta.

Mais de 60% da população brasileira ainda faz refeições fora de casa regularmente.

Ademais dos hábitos relacionados à atividade física, o levantamento evidenciou os hábitos alimentares dos entrevistados. Segundo o estudo, 62% dos brasileiros relatam fazer refeições fora de casa pelo menos uma vez por semana, em restaurantes, lanchonetes, food trucks ou por meio de aplicativos de entrega. Apenas 29% afirmaram ter esse tipo de refeição raramente, e 9% com menor frequência.

Em relação ao consumo de carne, a região Sul se destaca, com 63% dos respondentes afirmando consumir carne diariamente. O Sudeste apresenta o maior índice de alimentação flexitariana (47%), com menor consumo diário (41%).

O consumo de carne varia conforme a idade: observa-se que 65% da geração Z ingere proteína animal diariamente, em comparação com apenas 34% dos baby boomers que mantêm essa frequência. Por outro lado, a adoção de dietas como o veganismo é mais frequente entre os jovens, com a geração Z apresentando o maior percentual (3%), enquanto nenhum entrevistado com mais de 45 anos afirmou ser vegano.

O interesse por padrões alimentares variados se manifesta também ao considerar o perfil dos praticantes de esportes: eles demonstram maior abertura ao consumo de proteínas alternativas, com 26% já tendo experimentado esse tipo de produto, em comparação com 19% entre os não praticantes. Adicionalmente, o desinteresse é menor entre aqueles que praticam esportes (62%), sugerindo uma possível relação entre a prática esportiva e escolhas alimentares mais conscientes.

Ao analisarmos a geração Z, percebemos que ela demonstra interesse tanto no veganismo quanto no consumo de carnes, o que parece uma contradição. Contudo, o veganismo é facilmente compreendido, pois ganhou força nos últimos 10 anos, especialmente com o surgimento da geração Z e a comunicação relacionada a ele, avalia Araujo.

A pesquisa não se aprofunda nisso, mas podemos imaginar dois motivos potenciais [para o menor consumo de carne com o avanço da idade]: quanto mais idoso, mais a carne faz mal, mais ela pesa no corpo, e os cuidados com a saúde exigem uma alimentação mais balanceada. (…) Outro motivo é que, no Brasil, o consumo de carne está muito ligado a encontros sociais, muito mais comuns nas idades mais jovens.

Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, 35% dos brasileiros relatam nunca ter ingerido álcool, 32% consomem pelo menos uma vez por semana, 12% consomem com menor frequência (menos de uma vez por semana) e 18% o fazem raramente.

Apesar da preferência nacional pela cerveja, presente em todas as gerações, os gostos alcoólicos variam conforme as faixas etárias. Os baby boomers, por exemplo, preferem o vinho, sendo a geração que mais consome a bebida (26%). Já a geração Z se destaca no consumo de destilados, com 27% optando por whisky, vodka, gin e outras opções.

Exercício físico ou estilo de vida? Como cada geração percebe a atividade física.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.