20% dos habitantes de áreas protegidas não têm acesso a serviços básicos de higiene

Segundo o IBGE, mais de 11 milhões de brasileiros residem em Unidades de Conservação, sendo a maior parte localizada no Estado de São Paulo.

11/07/2025 16:51

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20% dos habitantes de áreas protegidas não têm acesso a serviços básicos de higiene
(Imagem de reprodução da internet).

Segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, 11,8 milhões de indivíduos residem em Unidades de Conservação no Brasil, representando cerca de 6% da população do país.

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Quatro de cada dez (40,34%) dos moradores de Unidades de Construção habitacional apresentam, no mínimo, uma condição de precariedade, como a falta de abastecimento de água, o descarte inadequado de lixo e o problema do esgotamento sanitário. Esse percentual é maior que a média nacional.

Já 856 mil pessoas residem em domicílios com ausência simultânea de água, esgoto e coleta de lixo. Em Unidades de Conservação de proteção integral — onde o uso do território é mais restrito — existem 1.985 domicílios sem banheiro ou sanitário.

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A situação se intensifica nas comunidades tradicionais. Mais de 85% dos domicílios com quilombolas apontam para alguma forma de carência, assim como quase 60% das residências com indígenas. No total, são 248 mil quilombolas e 94 mil indígenas afetados.

Isso acarreta maiores chances de poluição e degradação ambiental, em áreas destinadas a garantir o direito a um meio ambiente equilibrado, conforme afirma o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco.

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Os resultados também indicam que a taxa de analfabetismo nas UCs é de 8,84% — superior à taxa nacional de 7%.

<h2 Menciona Cerca de 40% do Distrito Federal reside em Unidades de Conservação.

A maior parte da população residente em UCs (98,73%) habita áreas de uso sustentável, como APAs (Áreas de Proteção Ambiental) e reservas extrativistas, que possibilitam a moradia com gestão ambiental controlada.

São Paulo ocupa a primeira posição em número de habitantes em Unidades de Conservação, com 2,48 milhões de pessoas. Seguem-no Maranhão (1,55 milhão), Bahia (1,35 milhão), Rio de Janeiro (1,12 milhão) e o Distrito Federal (1,10 milhão).

As três universidades mais numerosas do Brasil encontram-se no Distrito Federal e no Maranhão.

O Distrito Federal apresenta a maior taxa de moradores residentes em Unidades de Conservação no Brasil, com 39,16% da população local vivendo nessas áreas.

A principal é a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, que sustenta aproximadamente 602 mil indivíduos – correspondente a 21,4% da população total, estimada em 2.817.381 habitantes, conforme o Censo de 2022.

Na região amazônica, ressalta a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, com 584 mil habitantes – abrangendo mais de 84.000 quilombolas, e a Área de Proteção Ambiental de Upaon-Açu/Miritiba/Alto Preguiças, com 510 mil pessoas, que totalizam mais de 24.000 quilombolas.

A pesquisa também identificou 1.227 (51,88%) UCIs desabitadas.

<h2 Menciona Os pisos são a maioria.

A população residente nas UCs se identifica majoritariamente como parda (51,1%), seguida por branca (35,8%) e preta (11,9%).

Aproximadamente 282 mil pessoas são quilombolas (2,39%) e 133 mil são indígenas (1,12%).

O IBGE também considera, neste número, pessoas que se identificam como indígenas, ainda que tenham declarado outra cor ou raça.

A região Norte apresenta a maior proporção de habitantes de cor, com 71,68% da população residente em Unidades de Conservação com tons de pele pardos. Os estados com as maiores taxas de pessoas pardas são Roraima (74,74%), Pará (73,80%) e Acre (72,58%).

O Nordeste apresenta a maior participação proporcional de pessoas negras nessas regiões (16,03%), com destaque para a Bahia, onde 26,06% dos residentes de Unidades de Conservação se identificam como pretos.

A gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, constata que os índices de indivíduos negros, pardos, indígenas ou quilombolas são maiores nas Unidades de Conservação em comparação com a média nacional.

São grupos que historicamente exercem um papel relevante na conservação ambiental e que apareceram com maior destaque nos resultados do estudo, afirma.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.